Versos Universais V
VERSOS UNIVERSAIS
–V–
Feito há forças nucleares fraca e forte
Também há a indiscriminatória morte,
Contudo enquanto as primeiras a matéria
Mantêm das belas flores tumulares
A fim de as ligações moleculares
Romper seus nonilhões de bactérias
Rege a segunda fiel ao seu mistério
Da vida desvendando os adultérios.
Do que o Vácuo que surge de si casa
A fazer crer que a vida é só terrena,
No vazio que há em si, sem sentir pena
Ou desprezo vem e arranca o par de asas...
De fato a princípio qualquer um assusta
A forma como equilibrada e justa
Por si só se apresenta toda a existência
A todos os que se mostram dispostos
A perceber que não tem cheiro, gosto,
Que não luz nem faz ruído a etérea essência;
A crer na manifestação anestésica
Da plena inexistência sinestésica
Denominada com carinho Morte:
Pena de cada pobre que não enxerga
A mira cega da lâmina cega
Que é travar guerra com a última sorte,
Do vil que se nega ao último leito
Sem poder ter que eis o primeiro peito
Que aos seres todos um dia amamentou.
Daquele que não tem pena da Mãe
Pena! e eis sua pena: joguem-no aos cães...
Ao Cão que dentro de si alimentou.
Pois feito há os fracos e também há a Força
A Mãe sempre é, nos será a jovem moça
Que um dia nos seus ternos braços no pôs...
Pois não importa a Força a força enfraquece,
Quem nos expulsou à luz nos esquece:
Mãe ama até a morte e até disto depois.
João Pessoa - Paraíba - Brasil
27 de agosto de 2012 - 11h 14min
Adolfo Justino de Lima
Submited by
Poesia :
- Login to post comments
- 2773 reads
Add comment
other contents of Adolfo
Topic | Title | Replies | Views |
Last Post![]() |
Language | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Meditation | Aranhas | 0 | 5.634 | 04/05/2013 - 01:49 | Portuguese | |
Poesia/Sonnet | Cochilo do ímpeto | 1 | 3.949 | 04/04/2013 - 10:43 | Portuguese | |
Poesia/Sonnet | O bem (que) teria ficado para trás | 2 | 3.800 | 03/26/2013 - 18:24 | Portuguese | |
Poesia/Sonnet | Tão mal, feito raro, querendo esquecer | 2 | 5.417 | 03/26/2013 - 00:39 | Portuguese | |
Poesia/Sonnet | Revisão de princípios – A esmo nada além de si mesmo | 4 | 3.614 | 03/19/2013 - 20:58 | Portuguese | |
Poesia/Thoughts | Rainha de copas | 2 | 4.384 | 02/26/2013 - 21:55 | Portuguese | |
Poesia/Sonnet | Bárbara Barbara | 0 | 5.495 | 02/14/2013 - 20:44 | Portuguese | |
Poesia/Thoughts | inSônia | 0 | 3.349 | 02/14/2013 - 00:03 | Portuguese | |
Poesia/Sonnet | Mikaella II | 0 | 2.217 | 02/08/2013 - 17:47 | Portuguese | |
Poesia/Erotic | Três Marias | 0 | 3.376 | 02/05/2013 - 18:50 | Portuguese | |
Poesia/Dedicated | Elogios | 0 | 2.690 | 02/04/2013 - 17:07 | Portuguese | |
Poesia/Sonnet | Vodca | 0 | 2.561 | 02/01/2013 - 17:02 | Portuguese | |
Poesia/Sonnet | Medo das trevas | 2 | 3.061 | 01/30/2013 - 23:43 | Portuguese | |
Poesia/Sonnet | Princípio da revisão de princípios | 0 | 2.349 | 01/29/2013 - 16:08 | Portuguese | |
Poesia/Sadness | Suspende in the deep | 0 | 3.111 | 01/28/2013 - 20:34 | Portuguese | |
Poesia/Sonnet | Espiritualidade de um fracasso | 0 | 2.527 | 01/28/2013 - 20:16 | Portuguese | |
Poesia/Erotic | A Barbara Sá e Natália Melo | 2 | 2.150 | 01/28/2013 - 20:09 | Portuguese | |
Poesia/General | Capitães | 0 | 1.897 | 01/24/2013 - 23:39 | Portuguese | |
Poesia/Dedicated | Aurino | 2 | 2.133 | 01/23/2013 - 17:20 | Portuguese | |
Poesia/Sonnet | Lágrimas de orvalho | 0 | 1.883 | 01/14/2013 - 20:06 | Portuguese | |
Poesia/Dedicated | Mikaella | 0 | 2.131 | 01/10/2013 - 12:18 | Portuguese | |
Poesia/Disillusion | Quis | 2 | 1.880 | 01/08/2013 - 20:41 | Portuguese | |
Poesia/Sonnet | Meu Parnaso | 0 | 3.052 | 01/08/2013 - 17:24 | Portuguese | |
Poesia/Sonnet | Oração de uma vítima que faz outra | 2 | 1.493 | 01/05/2013 - 21:58 | Portuguese | |
Poesia/Sonnet | Familiar o estranho efeito que eu causo | 0 | 1.609 | 12/31/2012 - 14:28 | Portuguese |
Comments
Enorme é a nossa
Enorme é a nossa pequenez
ante a dimensão cósmica da vida;
Não é demais realçar uma e outra vez,
que estamos aqui sempre de partida.
Envio um Abraç0o!
Saudações!
_Abilio
Vida e morte são um valsa...
Uma, e outra, e mais oito vezes ou mais! (riso)
E muito obrigado pela assiduidade, caro Henrique Abílio.
VI, VII, e VIII a caminho...
VI, VII, e VIII a caminho...