copo entornado
Cérebro esvaziado, p’lo vinho derramado,
Pelo desconsolo de querer desanuviar,
Um sentir parolo, que não tem sobre que falar.
Até gastar a tinta, ou ser internada,
Serei faminta da desgovernada,
Caminhada sobre a terra.
Sou serra, sou vale…porque quero.
Sou ferro, sou também, bronze ou diamante,
Sou amante, sou pessoa, sou nada.
Sou a baforada, entre um momento,
E outro…sou silencio, sou barulho,
Sou tudo o que desejar ser.
Quero viver elevada da matéria,
Ser coisa séria, mesmo a brincar.
Calar o desgosto que rebenta,
Nesta atitude sebenta,
Que agora me acompanha.
Quero usar de toda a manha,
De ser mulher.
Quero se poder,
Algo mais que a caneta diz,
Quero até ser feliz,
Se não for pedir muito,
Agora quero um minuto,
Para me calar. Silenciar,
A desconcertante hesitação,
De um falar irritante,
Sem conexão,
Com nada de importante.
Falo tanto do que sou,
Sem ter nada em mente, felizmente,
Também e permitido,
Falar sem sentido, correr sem pernas,
Em metáforas eternas,
Que não vão a lado nenhum,
Só para dar mais um,
…passo nos dias.
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