Morar em volta de meus passos

Tudo passa tão depressa
Que alma outrem nem pára
Pra chamar, ao passar p’la minha
Casa, estando eu morto pra vida

Toda, sem mostrar a ninguém
Quanto estava,quando estava…
Conquanto tudo passa, sem espera
E sem esperança pra um morto

Que espera toda’vida pela estranha
Qual chama de morte e vazia,
A chamava de vida, da sorte
Pouca como qualquer outra

Sem causa, passa e não pára
A esta porta e nesta fraca figura
Em causa, tudo passa excepto
A guerra galgando este modesto corpo,

Modesta a honra que na minha alma
Molesto e a dum transeunte que passa
Por passar, por minha causa chora
Sem me conhecer morto vivo,

Vivo morto se nem em casa nessa
Vivo, mas onde tudo acha por bem
Passar por passar, estando eu noutra
Parte, na porta que me resta galgar

Como um muro, pra murar em volta
Dos meus passos por andar…

Joel Matos (11/2015
http://joel-matos.blogspot.com

(pintura atribuída a Adolf Hitler)

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Friday, March 2, 2018 - 17:35

Ministério da Poesia :

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a sorte Pouca como qualquer

a sorte
Pouca como qualquer outra

Sem causa, passa e não pára
A esta porta e nesta fraca figura

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a sorte
Pouca como qualquer outra

Sem causa, passa e não pára
A esta porta e nesta fraca figura

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a sorte Pouca como qualquer

a sorte
Pouca como qualquer outra

Sem causa, passa e não pára
A esta porta e nesta fraca figura

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