Casa de ferreiro, espeto de pau.
Um olho, um olhar, a solidão,
disfarçando a tristeza,
sambando com leveza,
nos olhos da solidão.
Um copo em uma mão,
e as batidas? As batidas do coração?
Batem no compasso do medo,
do amor perdido, da desilusão?
Tens cara de quem cultiva a dor...
Farias tudo por amor?
Aceitarias bilhetes desaforados,
terminando com "por favor"?
Te perderias procurando dor,
nos corações que passam sem sabor.
Saberias da fração de ejeção,
do ritmo, do descompasso,
a cada traço de desilusão.
Saberias escutar cada bulha,
sentir na alma a fagulha,
deste sentimento em ebulição.
Arrítmico, císmico, ístmico,
sentimento em nascimento,
despolarizando o coração.
Via dita anômala,
linda flutuante anêmola,
ardente, fasciante e venenosa,
acariciada por tua afetiva prosa,
e não mais por tua mão,
por teu sorriso sem cor,
por teu corpo encolhido em dor,
por esta angina chamada desilusão.
A um amigo que cuida de corações e sofre desilusões.
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Comments
Re: Casa de ferreiro, espeto de pau.
Doce engano, ou não, quem faz por amor
alido sutil, delicioso
Gê com carinho e sem muito a dizer, voce ... é bela!!
Re: Casa de ferreiro, espeto de pau.
Não se pode ficar indeferente à tua escrita
Gosto de te ler
Bjos
Re: Casa de ferreiro, espeto de pau.
Gostei muito Analyra...
Ressalvo:
"Tens cara de quem cultiva a dor...
Farias tudo por amor?
Aceitarias bilhetes desaforados,
terminando com "por favor"?"
beijo
Helena
Re: Casa de ferreiro, espeto de pau.
Um quadro poderoso...
Gosto sempre de te ler.
Beijo.
Re: Casa de ferreiro, espeto de pau.
analyra!
Casa de ferreiro, espeto de pau.
Um olho, um olhar, a solidão,
disfarçando a tristeza,
sambando com leveza,
nos olhos da solidão.
Um copo em uma mão,
e as batidas? As batidas do coração?
Batem no compasso do medo,
do amor perdido, da desilusão?
A um amigo que cuida de corações e sofre desilusões.
Que belo poema, fizeste para o teu colega, muito sensível, me traduziu um carinho em teus versos, que me sensibilizou, emocionando-me até!
MarneDulinski