Sem título ( III ) - Diário da indefinição.
Há de facto
uma vida na descoberta
que a pessoa corta
e redescobre com uma lágrima
secreta.
Mas o mundo pára ao longe
e observa
há o ar, as folhas e resto
há tudo e nada se faz
faz-se, mas o mundo não quer.
Creio portanto,
além da crença na minha loucura
que o humano é doido
ao pensar que a vida
é mais um passo na criação
divina.
(Sou ou não sou?)
Falo de aberto espírito
aos espíritos que me acolhem
e de olhos abertos
não vejo o mais purificado recado
de um ser além
do normal.
É mais um facto
ou me extingo ou já fui
extinguido
não me sinto aqui
mas sei que cá estou.
(Já nada sei.)
Portanto escrevo a minha indefinição
em poesia irregular e escrita
num espasmo da mente
que necessita
de "redizer" a vontade
de ser liberta.
Prosa minha liberta
em versos
que segue a regra da liberdade criativa
de minha não tem nada
além da origem.
(O que afinal é?)
Em muitos retratos
pinto a viagem que não faço,
nem com o corpo,
muito menos com a alma
alma minha...
(essa, só a quero aqui)
Porque mais então escrever
se os dedos não são mensagem de Deus?
Serão apenas mensageiros
que reportam aos olhos
(os outros olhos)
o que outros não querem ver.
Mas porquê não ver?
(De facto não sou.)
Joaquim Salgueiro.
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Poesia :
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Comments
Re: Sem título ( III ) - Diário da indefinição.
Um ótimo poema.
Parabéns,
Abraço
REF
Re: Sem título ( III ) - Diário da indefinição.
Para além de todos os pontos de vista , para além da divindade do mundo (ou não, mas não é isso que intressa agora), para além da revolta e tudo mais, há , a indefinição do ser que se tenta encontrar sem ajuda, ou melhor, com a ajuda do seu próprio ser. Este poema foi escrito sem paragens ou correcções e é fruto, como referi, de um espasmo de vontade. tudo o que não faz sentido, não faz apenas. para outros fará.
muito obrigado pelos comentários.
um abraço,
Joaquim Salgueiro
Re: Sem título ( III ) - Diário da indefinição.
Joaquim,
Tudo é tão relativo..como saber...cada cois pode ser vista e percebida pro ângulos diferentes...quem estará com a razão? Todos ou ninguém? Não é a mesma coisa?
Abraços
Re: Sem título ( III ) - Diário da indefinição.
Sim, não talvez, eis a questão da criação vida na terra, no ar e no mar...e há uma revolta envolta de todas as dúvidas.E sublinho as suas frases abaixo:
"Mas o mundo pára ao longe
e observa
há o ar, as folhas e resto
há tudo e nada se faz
faz-se, mas o mundo não quer."
Um abraço :-)
Re: Sem título ( III ) - Diário da indefinição.
joaquimsalgueiro!
Sem título ( III ) - Diário da indefinição.
Porque mais então escrever
se os dedos não são mensagem de Deus?
Serão apenas mensageiros
que reportam aos olhos
(os outros olhos)
o que outros não querem ver.
Mas porquê não ver?
MAS TUDO QUE AQUI E AGORA, E OU, JÁ EXISTIU TEM UMA PITADA DE DEUS! PROVÁVELMENTE EM TUA POESIA TAMBÉM,
DONDE VEM NOSSAS INSPIRAÇÕES...
é só pensar, meditar, fazer reflexões, e irás chegar a uma conclusão!
MarneDulinski