No peitoril da minha janela

Sou apenas um sujeito,
Sentado no peitoril da janela
A tentar aquecer o seu peito…
O sol é já fraco e frágil,
Numa tarde de Inverno…
Mas o sentimento continua forte e ágil!
O horizonte límpido que persigo
Entre as montanhas distantes
São já uma fonte de perigo,
E as nuvens que não vejo flutuarem
Por cima do meu jardim
Faz-me tomar o céu como o mar:
Azul e sereno
Como o meu nítido olhar
Cercado de um clima ameno.
A terra escura colorida de verde
O meu tanque vazio e sem água
Faz-me sentir novamente uma sede…
Como uma fome do passado,
Em que tudo estaria aguado
Por frequentemente ser regado
Por uma alma já ausente!
Assim me refiro ao presente
Vitima de um tempo infernal
Onde o bem não domina o mal
Mas onde o mal não deixa o bem
Apoderar-se de mais ninguém…
Pois faltas cá tu ó pai
Para alegrares esta casa…
Lembra-te só que o
Teu rosto não se esvai,
Estando por todas as suas paredes
E onde o teu espírito está sempre
Dentro dos próprios objectos,
Que tu mesmo acarinhaste.
Assim quem sabe não estarei sentada,
Onde a tua mão esteve já pousada
Que sem querer ou não pousaste,
Para te cercares de um mundo agreste,
Onde a felicidade corresponderia a uma peste,
Nos outros lados do planeta!
(nunca tinha um fim)
Esta era sem dúvida, a tua querida faceta…