Guerra e uma pequena esperança

Flocos de neve amarela caem na montanha cor de laranja.
Os aviões violeta voam sobre casas negras com janelas verdes
e largam bombas cor-de-rosa diante de rostos
com olhares transparentes em lagos de pele azul desesperada.
.
As horas castanhas passam devagar - caem folhas cinzentas
nas ruas cobertas de fumo ensurdecedor, vermelho, árido.
.
Corre nas veias uma espuma de mares revoltos - estilhaços
de amargura - indomáveis nos passos de uma criança.
.
Depois, por entre toda a devastação cinzenta
e o cheiro nauseabundo da mórbida carnificina
surge uma mão que se estende a uma outra que está ferida;
um raio de sol surge por entre a neblina de pó -
os olhos cheios de lágrimas agradecem.
.
Num qualquer momento pode cair um rocket,
mas no momento seguinte haverá alguém, algures,
que arriscando a viagem às brumas do silêncio íntimo,
percorre a cidade levando no peito
um pequeno gesto, um pequeno apoio...
e por mais ínfima que seja:

A ESPERANÇA!

rainbowsky

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Saturday, August 14, 2010 - 00:14

Poesia :

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rainbowsky

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MargaridaRibeiro's picture

Re: Guerra e uma pequena esperança

Gostei da associação das cores.

Um poema que faz pensar!

Interessante!

:-)

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