GELO DA SOLIDÃO

Paira um manto de suspiros
Prolongados por uma angustia
A alegria que me viciou outrora
Neste momento é um palácio em ruínas
Onde pássaros sem asas
Fazem ninhos de espinhos
E o tempo decadente atalha as rugas
Que rubricam a minha tristeza
As minhas horas que já não conto
São de Inverno rigoroso
Aqueço a alma no gelo da solidão
Com um calor mórbido
São múltiplos tesouros por descobrir
E eu tento escapar ao peso da pedra
Que me sepulta nesta cova
Tão escura quão recheada de nada
Envolto por muralhas de batalhas
Embandeiradas de luto e revestidas
De lágrimas que festejam a minha derrota
Sou aposta de um sonho
Que é carta fora do baralho
A vida preza-me veneno puro
Meu choro é um grito sinistro
Atormentando até as serpentes
Que rastejam nos meus desejos
Mas não consigo morrer para a vida

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Saturday, April 19, 2008 - 14:37

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