Rude

Dura verdade crua,
dura face nua
que sempre se mostra
como vontade oposta.

Desenha a caneta,
outra calva careta.
Fez-se a russa roleta
da morte na sargeta.

Choro por instinto.
Bacante suco tinto
que confunde o que sinto.
Vida que minto,
pois me sei extinto
em porre de absinto.

Chamaram-no as Parcas.
Em baús e arcas
guardaram o pouco que viveu.
Resta-nos esse breu.
 

                                Para Wesley, que hoje faria seis anos.

Submited by

Thursday, January 6, 2011 - 13:08

Poesia :

No votes yet

fabiovillela

fabiovillela's picture
Offline
Title: Moderador Poesia
Last seen: 7 years 35 weeks ago
Joined: 05/07/2009
Posts:
Points: 6158

Comments

SuzeteBrainer's picture

Rude

 

Fábio,

O que foi uma verdade crua,rude,choro, transformou-se numa poesia que denuncia a vida/ morte, a impermanência, mas com toda a beleza das palavras que ressoa profundamente na nossa alma.

Um grande abraço!

smileysuzete.

Henrique's picture

dura face nua

Chamaram-no as Parcas.
Em baús e arcas
guardaram o pouco que viveu.
Resta-nos esse breu.

 

A beleza por excelência doma a leitura deste poema em contornos tristes mas tão belos...

natalianuno's picture

Poema de desânimo, poema

Poema de desânimo, poema triste, sente-se a impotência,

uma passagem breve que marcou. e deixou o coração cheio de frio.

Mas a forçs sempre aparece para se continuar...

Gostei de ler.

rainbowsky's picture

Rude

Tão rude e triste que chega a dar vontade de gritar!

 

Um abraço.

rainbowsky

Add comment

Login to post comments

other contents of fabiovillela

Topic Title Replies Views Last Postsort icon Language
Poesia/Sadness A Canção de Alepo 0 4.423 10/01/2016 - 22:17 Portuguese
Poesia/Meditation Nada 0 4.255 07/07/2016 - 16:34 Portuguese
Poesia/Love As Manhãs 0 3.612 07/02/2016 - 14:49 Portuguese
Poesia/General A Ave de Arribação 0 3.730 06/20/2016 - 18:10 Portuguese
Poesia/Love BETH e a REVOLUÇÃO DE VERDADE 0 4.450 06/06/2016 - 19:30 Portuguese
Prosas/Others A Dialética 0 5.894 04/19/2016 - 21:44 Portuguese
Poesia/Disillusion OS FINS 0 4.007 04/17/2016 - 12:28 Portuguese
Poesia/Dedicated O Camareiro 0 5.335 03/16/2016 - 22:28 Portuguese
Poesia/Love O Fim 1 3.925 03/04/2016 - 22:54 Portuguese
Poesia/Love Rio, de 451 Janeiros 1 8.926 03/04/2016 - 22:19 Portuguese
Prosas/Others Rostos e Livros 0 4.022 02/18/2016 - 20:14 Portuguese
Poesia/Love A Nova Enseada 0 4.103 02/17/2016 - 15:52 Portuguese
Poesia/Love O Voo de Papillon 0 3.070 02/02/2016 - 18:43 Portuguese
Poesia/Meditation O Avião 0 3.559 01/24/2016 - 16:25 Portuguese
Poesia/Love Amores e Realejos 0 4.920 01/23/2016 - 16:38 Portuguese
Poesia/Dedicated Os Lusos Poetas 0 4.096 01/17/2016 - 21:16 Portuguese
Poesia/Love O Voo 0 3.680 01/08/2016 - 18:53 Portuguese
Prosas/Others Schopenhauer e o Pessimismo Filosófico 0 5.617 01/07/2016 - 20:31 Portuguese
Poesia/Love Revellion em Copacabana 0 3.861 12/31/2015 - 15:19 Portuguese
Poesia/General Porque é Natal, sejamos Quixotes 0 3.565 12/23/2015 - 18:07 Portuguese
Poesia/General A Cena 0 4.039 12/21/2015 - 13:55 Portuguese
Prosas/Others Jihadismo: contra os Muçulmanos e contra o Ocidente. 0 4.301 12/20/2015 - 19:17 Portuguese
Poesia/Love Os Vazios 0 5.238 12/18/2015 - 20:59 Portuguese
Prosas/Others O impeachment e a Impopularidade Carta aberta ao Senhor Deputado Ivan Valente – Psol. 0 3.589 12/15/2015 - 14:59 Portuguese
Poesia/Love A Hora 0 4.971 12/12/2015 - 16:54 Portuguese