ESTÁTUA DE SEQUIDÃO

Quando nada diz quem sou quietude
de uma ausência dilato-me pensamento
esfomeado de cada porquê.

Encruzilhada turva.

Sozinha a voz
sussurra sentimentos atordoados
em jeito de poema ao avesso onde não existo
seduzido por intriga.

Renasço gatafunho.

Cito o silêncio
que escuto num cálice de segredos
que me preenche os lábios com o que não falo
mas sinto.

Solidão.

Elogia-me o odor
de um incenso de emoções
que arde em fumo deambulando negro
na alma.

Oco mais que oco.

Esqueço de mim na ilusão
que me trepa o olhar num momento
de eternidade encurralada nas lacunas do tempo
contorcionista nas minhas mãos de espera.

Neutralizado.

Procuro-me flor nocturna
na falésia do meu corpo que aceito incerto,
derrubando o vento que me traz sombras tontas
e me distancia das palavras anestesiadas de vazio.

Peço tão pouco.

Apenas um pouco
de infinito feito de ser rendado de luz
na culpa de um sorriso que me dê o caminho
onde brota o prazer que abafe as trevas.

Quero beber da vida a vida.

Submited by

Lunes, Enero 25, 2010 - 00:06

Poesia :

Sin votos aún

Henrique

Imagen de Henrique
Desconectado
Título: Membro
Last seen: Hace 9 años 5 semanas
Integró: 03/07/2008
Posts:
Points: 34815

Comentarios

Imagen de jopeman

Re: ESTÁTUA DE SEQUIDÃO

um ser que se vê oco, gatafunho, neutro, só,...e que pede tão pouco, um pouco de vida

mais um bom poema teu

gostei imenso

abraço

Imagen de RobertoEstevesdaFonseca

Re: ESTÁTUA DE SEQUIDÃO

Parabéns pelo belo poema.

Abraços,
REF

Imagen de MarneDulinski

Re: ESTÁTUA DE SEQUIDÃO

LINDO POEMA, GOSTEI MUITO!

Peço tão pouco.

Apenas um pouco
de infinito feito de ser rendado de luz
na culpa de um sorriso que me dê o caminho
onde brota o prazer que abafe as trevas.

Quero beber da vida a vida.

Meus parabéns,
Marne

Add comment

Inicie sesión para enviar comentarios

other contents of Henrique

Tema Título Respuestas Lecturas Último envíoordenar por icono Idioma
Poesia/Pensamientos DA POESIA 1 7.801 05/26/2020 - 22:50 Portuguese
Videos/Otros Já viram o Pedro abrunhosa sem óculos? Pois ora aqui o têm. 1 43.101 06/11/2019 - 08:39 Portuguese
Poesia/Tristeza TEUS OLHOS SÃO NADA 1 3.845 03/06/2018 - 20:51 Portuguese
Poesia/Pensamientos ONDE O INFINITO SEJA O PRINCÍPIO 4 4.460 02/28/2018 - 16:42 Portuguese
Poesia/Pensamientos APALPOS INTERMITENTES 0 4.259 02/10/2015 - 21:50 Portuguese
Poesia/Aforismo AQUILO QUE O JUÍZO É 0 4.810 02/03/2015 - 19:08 Portuguese
Poesia/Pensamientos ISENTO DE AMAR 0 6.347 02/02/2015 - 20:08 Portuguese
Poesia/Amor LUME MAIS DO QUE ACESO 0 5.594 02/01/2015 - 21:51 Portuguese
Poesia/Pensamientos PELO TEMPO 0 4.262 01/31/2015 - 20:34 Portuguese
Poesia/Pensamientos DO AMOR 0 4.037 01/30/2015 - 20:48 Portuguese
Poesia/Pensamientos DO SENTIMENTO 0 4.521 01/29/2015 - 21:55 Portuguese
Poesia/Pensamientos DO PENSAMENTO 0 4.285 01/29/2015 - 18:53 Portuguese
Poesia/Pensamientos DO SONHO 0 3.763 01/29/2015 - 00:04 Portuguese
Poesia/Pensamientos DO SILÊNCIO 0 5.082 01/28/2015 - 23:36 Portuguese
Poesia/Pensamientos DA CALMA 0 4.946 01/28/2015 - 20:27 Portuguese
Poesia/Pensamientos REPASTO DE ESQUECIMENTO 0 3.926 01/27/2015 - 21:48 Portuguese
Poesia/Pensamientos MORRER QUE POR DENTRO DA PELE VIVE 0 4.108 01/27/2015 - 15:59 Portuguese
Poesia/Aforismo NENHUMA MULTIDÃO O SERÁ 0 3.701 01/26/2015 - 19:44 Portuguese
Poesia/Pensamientos SILENCIOSA SOMBRA DE SOLIDÃO 0 4.653 01/25/2015 - 21:36 Portuguese
Poesia/Pensamientos MIGALHAS DE SAUDADE 0 3.544 01/22/2015 - 21:32 Portuguese
Poesia/Pensamientos ONDE O AMOR SEMEIA E COLHE A SOLIDÃO 0 3.387 01/21/2015 - 17:00 Portuguese
Poesia/Pensamientos PALAVRAS À LUPA 0 4.646 01/20/2015 - 18:38 Portuguese
Poesia/Pensamientos MADRESSILVA 0 3.457 01/19/2015 - 20:07 Portuguese
Poesia/Pensamientos NA SOLIDÃO 0 4.013 01/17/2015 - 22:32 Portuguese
Poesia/Pensamientos LÁPIS DE SER 0 4.102 01/16/2015 - 19:47 Portuguese