CONCURSOS:

Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia?  Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.

 

ABRENÚNCIO

Cavo sepulturas
ao cadáver do passado
nesta mímica multidão de palavras.

Dói tanto
o ruído de flores caídas
sobre a face dos vultos no meu rasto.

Esconjuro-me pedra de ângulos mortos.

Arranco alma fora
olhando de voz baixinha
a muralha de atalhos nos andaimes do relógio.

Ferventes
restos de tempo moribundo
me desvaira pela abóbada dos sonhos.

Serão serões as trevas
à mercê das perdas honradas de saudade.

Ergo da luz
retratos de infinito
que arrimo aos braços
compassos refilados às costas.

Rogo raivas
de corpo assentado
nos umbrais da utopia.

Entro pela garganta pálida do luar.

Enchumaço
de inferno as estrelas
entesouradas nas pálpebras
moribundas do jejum do desejo.

Atónico abrenúncio
me desaba excomungado
no semblante do silêncio que me liberta.

Grito-me incerteza
que tosquia as tábuas do caixão
onde guardo o sofrimento coberto de escadas.

Submited by

sexta-feira, agosto 27, 2010 - 01:30

Poesia :

No votes yet

Henrique

imagem de Henrique
Offline
Título: Membro
Última vez online: há 10 anos 28 semanas
Membro desde: 03/07/2008
Conteúdos:
Pontos: 34815

Comentários

imagem de Librisscriptaest

Re: ABRENÚNCIO

"Dói tanto
o ruído de flores caídas
sobre a face dos vultos no meu rasto.

Esconjuro-me pedra de ângulos mortos.

Arranco alma fora
olhando de voz baixinha
a muralha de atalhos nos andaimes do relógio."

Gostei sobretudo do impacto visual conseguido nesta parte, onde o misticismo se aligeira num sentir que nos permite divagar entre o soturno de nós mesmo...
Beijinho grande em ti, Henrimarte!
Inês

Add comment

Se logue para poder enviar comentários

other contents of Henrique

Tópico Título Respostas Views Last Postícone de ordenação Língua
Poesia/Aforismo BEM VISTO 0 14.839 01/15/2015 - 15:36 Português
Poesia/Pensamentos DESTRUIÇÃO 0 3.204 01/13/2015 - 21:56 Português
Poesia/Pensamentos CALMA 0 9.685 01/13/2015 - 14:13 Português
Poesia/Pensamentos QUE VIDA ME MATA DE TANTO VIVER 0 2.702 01/12/2015 - 21:18 Português
Poesia/Aforismo SEM AUSÊNCIA 0 5.036 01/12/2015 - 18:03 Português
Poesia/Aforismo Pior do que morrer, é não ressuscitar... 0 6.487 01/11/2015 - 23:04 Português
Poesia/Pensamentos CHOCALHO DE SAUDADE 0 4.258 01/11/2015 - 17:30 Português
Poesia/Pensamentos GRITO QUE AS MÃOS ACENAM NO ADEUS 0 7.398 01/11/2015 - 00:07 Português
Poesia/Pensamentos SOVA DE ALGURES 0 4.260 01/10/2015 - 20:55 Português
Poesia/Pensamentos SORRATEIRAMENTE 0 3.617 01/09/2015 - 20:33 Português
Poesia/Pensamentos SILÊNCIO TOTAL 0 4.502 01/08/2015 - 21:00 Português
Prosas/Terror FUMAR É... 1 11.085 06/17/2014 - 04:23 Português
Poesia/Amor COMPLETAMENTE … 1 3.650 11/27/2013 - 23:44 Português
Videos/Música The Cars-Drive 1 5.084 11/25/2013 - 11:52 Português
Poesia/Paixão REVÉRBEROS SÓIS … 1 3.826 08/15/2013 - 16:23 Português
Poesia/Meditação AS ENTRANHAS DO SILÊNCIO … 0 2.763 07/15/2013 - 20:37 Português
Poesia/Meditação TIQUETAQUEAR … 0 3.155 07/04/2013 - 22:01 Português
Poesia/Tristeza AMOR CUJO CARVÃO SE INCENDEIA DE GELO … 0 5.251 07/02/2013 - 20:15 Português
Poesia/Tristeza ONDE A NOITE SEMEIA DESERTOS DE ESCURIDÃO … 0 3.858 06/28/2013 - 20:58 Português
Poesia/Meditação ESCOLHO VIVER … 1 3.267 06/26/2013 - 09:42 Português
Fotos/Artes Se podia ser mortal? 0 11.290 06/24/2013 - 21:15 Português
Fotos/Artes Um beijo com amor dado ... 0 5.976 06/24/2013 - 21:14 Português
Poesia/Meditação AZEDAS TETAS DA REALIDADE … 0 4.108 06/22/2013 - 20:36 Português
Poesia/Meditação FAÍSCAS NA ESCURIDÃO … 0 8.426 06/18/2013 - 22:52 Português
Poesia/Meditação QUANTO BASTE … 0 5.764 06/10/2013 - 21:23 Português