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Dias de Azar IX

- Já te disse à bocado! – Renato esquecera-se que Marisa comeria vitela grelhada. - Desculpa estou com tanto sono que nem me lembro das coisas! - Não tem mal! – depois de servidos, deslocaram-se para a mesa, sentaram-se, como sempre Marisa sentara-se ao lado de Renato. Um dos colegas de Renato, Carlos estranhou, olhava para as mãos deles, ambos tinham alianças: - Como te chamas mesmo? – Marisa levanta lentamente a cabeça: - Eu? Marisa porquê? - Vais almoçar connosco, preciso pelo menos de saber o teu nome.-Marisa sorri. O almoço decorria calmamente, Carlos estava intrigado com as alianças e com a proximidade de Renato e Marisa. Eram cúmplices demais para serem só amigos, por isso pergunta: - Namoras? – Marisa começa a sentir o chão a fugir-lhe de debaixo dos pés, lança um olhar a David, ninguém dá conta, para grande alivio dela. David intromete-se, tentando salvar Marisa: - Carlitos se queres engatar a miúda, não lhe perguntes se tem namorado… - Marisa sorri: - Deixa David, eu respondo: - Sim, namoro! Porquê? – Carlos começava a ficar ainda mais intrigado, talvez fosse natural tanta curiosidade da parte dele, Renato quase nunca falava sobre a namorada e várias vezes saiu correndo da faculdade: - Apenas curiosidade! – Marisa apesar de duvidar que aquela pergunta fosse apenas curiosidade, tentou aceitar aquela resposta: - Vocês adoram saber tudo, não? – David solta uma gargalhada. Renato toca suavemente na perna de Marisa: - São muito curiosos! - A curiosidade nunca fez mal a ninguém Renato! – Renato sorria sentia-se orgulhoso da sua Marisa. O almoço acabava com alguns sorrisos e gargalhadas. Eram todos divertidos, gostavam de uma boa piada, era isso que os fazia esquecerem-se a maior parte das vezes dos problemas. Sorrir faz bem ao corpo e à mente, Marisa era prova disso, talvez pela persistência de Ana, que todos os dias fazia questão de lhe dizer isso. Talvez fosse por sorrir tanto que Marisa permanecia com a mesma aparência que tinha aos 17 anos. A existência constante de um sorriso na cara de Marisa, levava-a a encarar os estudos com outro animo, e consequentemente a ter melhores notas. Marisa era considerada por muitos um exemplo a seguir, era determinada, sabia o que queria da vida, e sobretudo tinha uma postura correcta na sociedade onde estava inserida. Não era perfeita, mas quando errava corrigia sempre o seu erro e tentava não comete-lo novamente, talvez por isso Renato se tenha apaixonado. Eram completamente diferentes, mas completavam-se um ao outro. Colocaram os tabuleiros nos carrinhos, faltavam ainda 20 minutos para a primeira aula da tarde. Carlos continuava obstinado com a ideia das alianças: - Porque não trazes a tua namorada cá? – Renato não sabia o que responder, durante vários segundos permaneceu calado: - Ela está num Erasmus em Londres! Porquê que vocês tem tanta curiosidade em conhece-la? – Carlos começava a perceber que Renato evitava o assunto, mas porquê? Apenas Marisa, Renato e David sabiam a resposta. - Para saber se tens bom gosto! – David e Marisa começam a ficar irritados com tanta curiosidade, ao mesmo tempo dizem: - Ela é bastante bonita e muito inteligente! – Carlos percebera que não conseguiria saber nada. Marisa e David iriam sempre intervir. Dirigiram-se às respectivas casas de banho, Marisa e Mariana conversavam sobre as principais diferenças entre o colégio e a faculdade. Marisa tira a sua aliança do dedo, pousa-a sobre a pedra do lavatório, Mariana tenta ler o nome, mas não consegue. Apenas consegue ler: “ forever 7-8-09 “ Fica intrigada, mas nem sequer associa a semelhança das alianças. Marisa olha para ela, repara no interesse com que Mariana olha para aliança: - O que se passa? – Mariana olha para ela sorri: - A tua aliança é tão bonita! Onde compraste? - Numa ourivesaria em Espinho, olhei para a montra, gostei e comprei-a. - Então não a usas por seres comprometida? – Marisa esquivava-se facilmente das perguntas difíceis e às quais não queria responder, uma vez mais fazia-o: - Não! Eu acho que o teu colega pensava que eu e o Renato namorávamos… - Mariana também ponderara essa hipótese, aliás era a única justificação para ambos se terem transferido, mas para grande alívio de Marisa deixara essa hipótese de lado. - Eu reparei! Ele desconfia de tudo sabes, não lhe ligues! – Marisa apenas se sentia incomodada com tantas perguntas. - Mudando de assunto, quando vais falar com o Renato? – Mariana olha para ela com uma cara de aflição, Marisa percebe que a terá que ajudar mesmo sabendo que esta irá sofrer com a verdade: - Estou com medo… - Marisa não a deixa acabar a frase: - Se precisares de qualquer coisa, liga-me! – tira o seu telemóvel do bolso, um topo de gama: - Tens um Iphone? – Marisa desvia por momentos o olhar do ecrã táctil, olha para ela e sorri: - Sim, porquê? – Mariana tinha reparado que também Renato tinha um, seria apenas mera coincidência? Ou aqueles telemóveis eram a prova de que Renato e Marisa escondiam qualquer coisa. - O Renato também tem um, é curioso! – Marisa sorri, sentia que aquele pequeno pormenor podia deitar tudo por terra: - Eu sei, ganhou-o no concurso do I.S.P.V. – Mariana lança um olhar intrigado: - Concurso? – Marisa sorri. Renato era uma pessoa calada. No entanto não falar no concurso que vencera era estranho demais. Renato fora considerado o rapaz mais bonito de toda a faculdade. Marisa inscrevera-o por brincadeira e acabara por ser a rapariga mais invejada de toda a faculdade, isso não a incomodava, não era namorada dele pela beleza que ele tinha, mas sim pelo que ele era. - Sim o Renato foi mister I.S.P.V, não sabias? – Mariana estava surpresa, Renato era realmente bonito, mas nunca julgara que tinha sido mister. Renato além de muito calado, não gostava de se exibir, talvez por isso ninguém ali soubesse da sua historia de vida heróica. O suspance tornou-se maior quando Mariana em jeito inocente pergunta: - Quem foi a miss? – Marisa fica alarmada, o seu coração batia rapidamente. O que iria responder? Não poderia contar a verdade. Lembra-se de responder: - Eu! O Renato e os meus restantes companheiros de casa inscreveram-me! – era apenas mais uma mentira para proteger Mariana, bom não era tudo mentira, Renato e Marisa foram mesmo misters. Na verdade aqueles dois telemóveis topo de gama, foram prenda de casamento de Marina e António. Quando chegaram ao hospital e souberam do noivado de Marisa, Marina pediu a António que no seu regresso dos EUA, trouxesse uma boa prenda. António lembrara-se do Iphone, quando passava numa das ruas mais movimentadas de Nova Iorque. - Então estou na presença de uma miss? – Marisa era como Renato, odiava exibir-se e ser o centro das atenções: - Não ligo a nada disso. Acho que as pessoas não se fazem pela beleza que tem, mas sim pelo que são. – Mariana estava boquiaberta. Marisa olha para o lavatório, repara que deixara a sua aliança lá, antes de ser questionada uma vez mais, coloca-a rapidamente no dedo. Volta a pegar no telemóvel, abre os contactos e abre um novo registo, pergunta a Mariana: - Podes dar-me o teu número? – Mariana nem sequer desconfiava da relação que Marisa e Renato mantinham. Marisa sentia-se outra pessoa, mas teria que ser assim: - Claro! – deu-lhe o seu número, Mariana sentia que podia contar a 100% com Marisa. Apesar de tudo Marisa compreendia como ninguém o que era estar apaixonada pela pessoa errada, vivera esse drama 3 anos da sua vida, até que um dia Renato percebera que ela era algo mais que uma boa amiga: - Podes ligar às horas que quiseres! – Mariana sorri e mexe a cabeça como dizendo que sim. Marisa sentia-se prestável. Penso que esta já não se sentia assim desde o dia em que entrou no hospital condenada à morte. - Obrigada por tudo! Estás a ser espectacular comigo! – a gratidão de Mariana deixava o coração de Marisa feliz. Cá fora Renato e os restantes colegas esperavam ansiosos por estas. Renato caminhava de um lado para o outro, David começava a odiar aquelas duas: - Nunca mais saem dali! – Renato ria-se, sabia perfeitamente que David sofria de falta de paciência, ao contrario dos restantes colegas: -Tem calma, Davs, elas estão já a sair! – mal acaba de o dizer, Marisa saí, colocava a mala ao ombro. Caminham ambas em direcção a eles, Marisa tropeça num atacador das sapatilhas cor-de-rosa e brancas da nike, quase cai. Renato segura-a pela cintura, evitando que esta caia, mas não evita os olhares indiscretos de Carlos e Mariana. (Continua...)

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quarta-feira, agosto 25, 2010 - 17:15

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lau_almeida

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