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Esculpidos na pedra

Trote selvagem, riso aberto até às pontas do cabelo esvoaçante.
Monta como vive, ignora o perigo.
«Só assim sei que vivo!» - Costuma dizer.
Não sem aviso, parte, uma vez mais, sozinha rumo à trilha desconhecida.
Tenta um caminho diferente por mera precaução. O destino está cravado no coração e a pele sabe o caminho de cor.
Procura água e vai ao seu encontro.
Não é uma água qualquer... A fonte é subterrânea, a corrente é subtil. É um lago com vida, sempre fresco e limpo. Aqui e ali pequenos animais salpicam a superfície.
O lugar está escondido dos demais e nunca lá se viu viva alma. [Apenas a sua se despe e mergulha lá o corpo.]
Nada nua, em comunhão, sem perturbar o ambiente. O gesto não cai no vazio. A sincronia do movimento é objectiva na trajectória. No meio do lago existe uma pedra com o seu corpo desenhado, esculpida nas horas que ali permaneceu deitada.
«Que se esconda o lugar para que me possa revelar.» - Pensamento que descobre quando o sol se vira para a mimar. Dá-lhe o corpo a dourar e adormece tranquila.
Trote selvagem, riso aberto até às pontas de um cabelo rebelde.
Monta como vive, ignora o perigo.
«Só assim sei que vivo!» - Costuma dizer.
Não sem aviso, parte, uma vez mais, sozinho e sem rumo definido.
Tenta um caminho diferente por mera excitação. Acredita na voz que lhe chega do coração e que pulsa sob a pele:
«Procura água e vai ao seu encontro. Não é uma água qualquer...» - Pensamento que descobre sempre que aperta as rédeas na mão.
A sincronia do movimento é objectiva na trajectória, o gesto não cai no vazio. Procura sinais de água e segue-os em seu caminho.
Num lugar remoto, erguem-se majestosos canaviais, muito faladores entre si. Escondem o burburinho do rio que passa ali. Fingindo distracção engana os guardas de cana, descobre a corrente e segue-a.
Entre os rochedos, o lago abre-se imenso e cristalino. Sem perturbar o ambiente, observa os animais que aqui e ali chapinham na água. No meio, uma pedra embala e ela dorme...
Despe a alma e mergulha o corpo. Nada de olhar ancorado na alma nua que desperta serena.
Ela é sua...
Ele é dela...
Reza a história que numa pedra, no meio de um lago, se podem ver os amantes imortalizados… Talvez tenham sido naturalmente esculpidos nas horas que ali permaneceram deitados.

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sábado, janeiro 12, 2013 - 23:15

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Ema Moura

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