DESNUDO O ARBUSTO DA SOLIDÃO
O amanhã
é sombra iluminada de luz,
nas carências que a alma exige do corpo
que trago ao colo de uma paixão encurralada,
num subsolo de duvidas confirmado o meu ideal.
Há uma paixão
que há muito não segue
a suprema realidade da minha indomável solidão.
Sobrevivo à seca
despontada nos meus nulos
vigorizados e demasiadamente repetitivos,
desolados em gotas que acumulam nuvens de dor.
A solidão
deixa de ser triste quando é liberdade
sob um planalto varrido por ventos de fogo,
na franja de uma esperança que absorve o depois.
A saudade
devora o tempo de medo,
mas goza a esperança encontrada
num amor tatuado no Sol que bronzeia
de prazer cada ontem do meu chegar hoje
a este cálice de emoções que bebo da minha poesia.
Sou colheita de nada
num jardim sobre uma lua que não existe,
esvaziando-me de entrega a esperas que não esperam.
Afio as garras
do rancor sobre o dorso
de um rochedo de ausências
nas minhas vontades que reclamam poéticas,
num alarme que soa revolta no brilho dos meus olhos.
Toca-me o olhar
a perfeição que a solidão não completa,
vociferando o murmúrio de uma alma gémea
que devaneia nas entrelinhas dos meus versos de paixão.
Desnudo
o arbusto da solidão
que pende sem eco numa crosta salgada de lágrimas no rosto.
Submited by
Poesia :
- Login to post comments
- 2614 reads
Add comment
other contents of Henrique
Topic | Title | Replies | Views |
Last Post![]() |
Language | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Passion | NA TUA CALMA | 12 | 2.421 | 02/27/2010 - 23:54 | Portuguese | |
Poesia/Poetrix | SEREI O POEMA OU SEREI EU | 8 | 3.406 | 02/27/2010 - 23:51 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | SENTIDO | 1 | 1.923 | 02/27/2010 - 22:16 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | VER SEM OLHAR... | 3 | 3.663 | 02/24/2010 - 22:12 | Portuguese | |
Poesia/Love | ÉS ESPECIAL | 2 | 2.423 | 02/24/2010 - 20:33 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | O SILÊNCIO QUE NÃO OUVIMOS | 15 | 6.023 | 02/24/2010 - 20:27 | Portuguese | |
Poesia/Love | O amor acontece... | 1 | 4.407 | 02/24/2010 - 20:26 | Portuguese | |
Prosas/Others | CADA TOQUE UM VERSO, CADA OLHAR UMA PROSA | 1 | 13.131 | 02/24/2010 - 14:32 | Portuguese | |
Poesia/Friendship | TER UM AMIGO É TER AMOR | 1 | 2.715 | 02/23/2010 - 19:44 | Portuguese | |
Poesia/General | MIL VIDAS | 1 | 3.646 | 02/23/2010 - 19:31 | Portuguese | |
Poesia/Sadness | NÃO ME LEMBRO DE MIM | 10 | 3.405 | 02/23/2010 - 05:32 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | ESPERO POR MIM | 4 | 1.751 | 02/21/2010 - 15:32 | Portuguese | |
Poesia/Passion | DEUSA OU MUSA? | 1 | 3.812 | 02/21/2010 - 14:31 | Portuguese | |
Poesia/Passion | QUERO REPETIR O NOSSO ENCONTRO | 1 | 3.953 | 02/21/2010 - 14:27 | Portuguese | |
Poesia/Friendship | FAROL DA AMIZADE | 1 | 362 | 02/21/2010 - 14:15 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | Antes envelhecer... | 1 | 3.101 | 02/21/2010 - 14:12 | Portuguese | |
Poesia/Poetrix | NÓ CEGO DE ESCADAS SURDAS | 6 | 650 | 02/21/2010 - 12:49 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | HOMEM DE MARTE | 5 | 3.446 | 02/21/2010 - 12:31 | Portuguese | |
Prosas/Contos | DE FORA VEJO-ME MELHOR | 2 | 3.044 | 02/21/2010 - 01:58 | Portuguese | |
Prosas/Comédia | CORDEIROS DE DEUS | 0 | 4.827 | 02/19/2010 - 01:16 | Portuguese | |
Poesia/Disillusion | SOCIEDADE PROSTITUTA | 9 | 926 | 02/18/2010 - 17:51 | Portuguese | |
Prosas/Contos | UM DIA CONTADO | 2 | 3.053 | 02/18/2010 - 00:00 | Portuguese | |
Poesia/Joy | AMAR SOMOS TODOS NÓS | 11 | 1.828 | 02/17/2010 - 20:55 | Portuguese | |
Prosas/Terror | NÃO DESISTO DE MIM | 2 | 1.587 | 02/17/2010 - 02:43 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | CASTIDADE DO SOL NO SER | 12 | 2.668 | 02/15/2010 - 22:44 | Portuguese |
Comments
Ficou muito bom... Gostei
Ficou muito bom...
Gostei bastante.
Abraço, ...)...(@
:)
Re: DESNUDO O ARBUSTO DA SOLIDÃO
Olá, Henrique!
Muito grata pelo seu simpático comentário ao meu poema.
Sinto uma tristeza e uma revolta enormes, no seu poema.
Amigo, todos nós passamos por estes períodos na vida. Eu mesma passei por algo assim durante 5 anos. Hoje, estou preferindo estar só a estar mal acompanhada. Talvez o que eu procure, não exista e eu seja exigente demais, mas não me contento com o pouco por não ter o que preciso.
As voltas da vida fazem de um dia de chuva, um dia de sol. De noites de trovoadas para noites enluaradas. E então, acabo fazendo um poema para dizer-lhe que tente ser feliz, começando por dentro de si mesmo. Vai ver como fica muito melhor. beijos
Re: DESNUDO O ARBUSTO DA SOLIDÃO
E não é que o arbusto ficou desnudado :-)
Grande poema
Abraço
Re: DESNUDO O ARBUSTO DA SOLIDÃO
Voce se supera a cada texto cada verso.
Encontrei identidade total na força de seus
versos.
Querido amigo aquele abraço...
Re: DESNUDO O ARBUSTO DA SOLIDÃO
No fundo entre tantas as dores e desamores, sempre uma saudade tragada numa taça...