Merdas que me atrasam a alma - “Colecção Obsessiva de Sentimentos”

Hoje sinto-me mediocremente bom.
Um mau sentimento.
Nada do que eu faça é…
Só é sempre, mais um pouco que o suficiente.

Um comportamento padronizado, que me faz revolver num contínuo ciclo de médias medianas.
Merda!
Se ao menos eu fosse… Se ao menos minha alma me desse o poder para conseguir alterar.
Poder ver.
Afinal onde é que estou a falhar?...

Mediocremente bom! Ah! Que engraçado, nada que eu faça será suficientemente alto.
Divago no mar dos corriqueiros, dos que querem ser sem poder.
A roda da minha vida anda encravada. Existe em mim uma ferrugem espiritual herdada.
Um pequeno pedaço do ADN da alma que me falta, perdido pelas vidas passadas.
Sinto… Sinto que o nirvana não é para amanhã, nem para depois de amanhã, sinto que o nunca será.
Serei sempre uma existência em constante repetição, a repetição do mediocremente bom.

Escreves bem,
És boa pessoa,
Hás-de chegar longe,
És um filósofo,
Sensível,
Sabes falar em público,
Tens presença,
És confiante,
Sou um valente…

Disfarce.

Não adianta de nada tudo o que eu faça.
Este, só é sempre, mais um pouco que o…
Tantos dons! Para quê?... De que me servem?... Se sou mau a gerir quem sou!
Cometo sempre os mesmos erros, caio sempre nos mesmos enredos.
Não consigo ver.
Por mais que esgravate o muro, por mais que arranque a terra para sair, mais me enterro na que faço surgir.

Não consigo ver, o que está mesmo à minha frente…
Falta sempre… sempre…