Servidão
Ele há lágrimas a rir como estrelas que levitam em sorrisos que encantam.
No brilho de um fôlego profundo, que me inspira o peito livre nos dias de exultação …
Céu que dança enlouquecido, quando sou químico e mortal...
Pedregoso como corais dormentes, num vómito de escárnio nas montanhas da arrogância.
Enxovalho as ruas que apinham o mundo, num fragor de parcimónia.
Há manhãs itinerantes, que desembocam sinistras, nos abraços consentidos de um universo em oferenda.
Não fossem as cidades escorregadias, como veneno capitalista e fatal, e os elementos não alentariam eucaristias malignas, como súplicas urgentes de genocídios em prece.
As barcaças em calmaria, são um mar parado nos meus olhos serenos como berços aconchegados.
Absorvo a mágoa, como uma lâmina escusa, numa gargalhada provocada na coroa de uma papoila branca em vigília.
E vi campos alucinados nos meus dias de derrota;
E vi vómitos esbugalhados, descomplexas como jovens nuas, que cerram dente até á ferida no bater de um tiro mágico.
Mas chegavam as manhãs tão frívolas de sentido aos meus braços... Pesarosos…
Inútil palhaço triste, perdido na falsidade de um deus, a inventar ignorantes para o seu culto assassino.
A vida é uma aguarela que se dilui como pó em riachos de decepção.
Ele há lágrimas a rir como estrelas que levitam em sorrisos que encantam.
No brilho de um fôlego profundo, que me inspira o peito livre nos dias de exultação …
Troco as voltas ao tempo porque força que há em mim não conhece a covardia.
A vida é um disparo que rebenta em humanidade nos amantes incondicionais…
Se era doença ou feitiço, aqui jamais me importa o que foi azar ou sorte…
Quando no fim dos delírios…
Consumia vultos caídos,
Que não eram o meu riso…
Eram o riso da morte.
Submited by
Poesia :
- Login to post comments
- 1090 reads
Add comment
other contents of Lapis-Lazuli
Topic | Title | Replies | Views |
Last Post![]() |
Language | |
---|---|---|---|---|---|---|
![]() |
Fotos/Profile | 3517 | 1 | 4.743 | 03/13/2018 - 21:32 | Portuguese |
Poesia/Aphorism | In Vapore Sano | 4 | 3.659 | 03/13/2018 - 21:32 | English | |
Poesia/Aphorism | Era só isto que eu queria dizer | 1 | 3.389 | 02/27/2018 - 10:22 | English | |
Poesia/Aphorism | salgo :33 Isaías sonha que aos fala aos camones | 0 | 2.834 | 06/20/2014 - 15:41 | English | |
Poesia/General | Boca Do Inferno | 0 | 6.324 | 07/04/2013 - 22:44 | Portuguese | |
Poesia/Thoughts | veludo | 3 | 3.310 | 05/15/2013 - 17:34 | Portuguese | |
Poesia/Aphorism | Segundo Reza a Morte | 0 | 3.166 | 10/04/2011 - 17:19 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | Fumo | 0 | 3.084 | 09/23/2011 - 12:00 | Portuguese | |
Poesia/Aphorism | De olhos fechados | 3 | 3.589 | 09/20/2011 - 22:11 | Portuguese | |
Poesia/Aphorism | Tundra | 0 | 2.959 | 09/20/2011 - 16:36 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | Vazio | 3 | 3.096 | 09/16/2011 - 11:00 | Portuguese | |
Poesia/Aphorism | Intento | 0 | 2.596 | 09/05/2011 - 16:52 | Portuguese | |
Poesia/Aphorism | Palma Porque sim...Minha Senhora da Solidão | 0 | 2.861 | 08/29/2011 - 11:13 | Portuguese | |
Poesia/Aphorism | Editorial | 0 | 3.256 | 08/29/2011 - 11:08 | Portuguese | |
Poesia/Thoughts | Ermo Corpo Desabitado | 0 | 3.201 | 08/29/2011 - 11:04 | Portuguese | |
Poesia/Aphorism | Dos passos que fazem eco | 1 | 2.753 | 06/21/2011 - 22:06 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | Autoretrato sem dó menor | 3 | 4.500 | 03/28/2011 - 23:34 | Portuguese | |
Poesia/Aphorism | Todo o mundo que tenho | 2 | 3.100 | 03/09/2011 - 08:23 | Portuguese | |
![]() |
Fotos/Profile | 3516 | 0 | 5.135 | 11/24/2010 - 00:55 | Portuguese |
![]() |
Fotos/Profile | 3518 | 0 | 4.737 | 11/24/2010 - 00:55 | Portuguese |
![]() |
Fotos/Profile | 2672 | 0 | 6.223 | 11/24/2010 - 00:51 | Portuguese |
Prosas/Others | A ultima vez no mundo | 0 | 3.266 | 11/18/2010 - 23:56 | Portuguese | |
Prosas/Others | Os filhos de Emilia Batalha | 0 | 3.432 | 11/18/2010 - 23:56 | Portuguese | |
Poesia/Disillusion | Veredictos | 0 | 3.193 | 11/18/2010 - 16:41 | Portuguese | |
Poesia/Intervention | Nada mais fácil que isto | 0 | 3.091 | 11/18/2010 - 16:41 | Portuguese |
Comments
Re: Servidão
LINDO POEMA, GOSTEI MUITO!
Meus parabéns,
Marne
Re: Servidão
Uma beleza de poema!
Um abraço,
REF