POETISA ATLETA

Ponho-me a escrever alguns versos
E me debruço sobre o alvo papel, me alongo, me contorço tentando arrancar do peito as palavras, a inspiração...
Na busca do verso perfeito.
Vou me aquecendo, fazendo contorcionismo, malabarismos com as vogais e consoantes que aos poucos vão se aglutinando tomando formas, formando frases, formando idéias, dando vida aos meus versos, revelando a minha alma de poetisa atleta.
Assim vão surgindo, de onde não faço idéia, um a um como num passe de mágica alguns versos loucos, lançados ao papel, impresso a ferro e fogo.
Corro; caminho; paro; penso e me definho. 

Quase sangrando...

Respiração ofegante, transpirando as reticências, suando nas evidências e os versos a sorrir, zoando, caçoando de mim.
Nem se compadece desta, pobre alma de poetisa atleta.