Às portas do templo abate-se a névoa

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Às portas do templo abate-se a névoa sobre todos os degraus.
No receio de cair, de precipitar os passos no vazio silencioso da dor
Chamo-te, procuro-te pelos pátios desertos
Pelos becos mais escuros do meu pensamento

Estendo a mão mas não te encontro

Não estás, já não preenches a metade que te pertence por inteiro.
As portas do templo estão agora trancadas, selando o passado
A névoa, essa, continua a pairar sobre todos os versos que escrevo

Sem chão, sem horizonte, sem vento que me carregue.
 

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Friday, April 29, 2011 - 15:53

Poesia :

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loftspell

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SuzeteBrainer's picture

O teu estilo poético é

O teu estilo poético é encantador...

Um poema que canta a saudade  num tom profundo,quase melancólico com belas construções poéticas: " Estendo a mão mas não te encontro/ Não estás, já não preenches a metade que te pertence por inteiro."

Adorei ler-te!

Abraçosmiley

MarneDulinski's picture

Às portas do templo abate-se a névoa

Lindo poema, gostei muito!

Meus parabéns,

MarneDulinski

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