Always the sun

Se o dia, fossem estes espaços de centelha ao meio da tarde, sombreados por margens de muito silêncio ao por do sol...
Os ocasos amenos do só, viriam como o tempo interrogado na boca, salgar perguntas que não sabemos de nós.
Vestígios tépidos no recinto sinonimo do porquê narrado até á metafísica.
O tempo é um não sei…
É um dos mais a mais invisíveis saberes que não sabemos razão…
Assim acontece.
Há testemunhas que o inverno acabou.
Brotam coisas novas do chão, ouvi hoje no rádio.
Vivo no futuro vencido em acasos á velocidade da luz.
Não me levem a mal o sol no peito…
Travo uma luta estóica contra os dias cinzentos.
Meteorologia de sonho e céu limpo.
Sinto o sabor da brisa estival no rádio ás sete sem chuva, a guerra acabou.
Brotam coisas novas do chão…
Eu queria fazer uma terraplanagem sobre a terra.
Onde o homem mais longe visse de perto o homem mais longe e assim ser-lhe tanto que não haveriam pátrias no mundo.
Devaneio imperialista sem livro de cheques ou trunfos de ouro.
Só ser igual aos iguais sem tumores no olhar e este nada mais a dizer, porque ouvi no rádio…
Que a meia-noite será sempre o principio dos dias.
Amplos santuários do corpo sozinho por buscas e biscas á batota das noites, a regar girassóis para iludir os invernos.
Se o dia, fossem estes espaços de centelha ao meio da tarde, sombreados por margens de muito silêncio ao por do sol...
Os ocasos amenos do só, viriam como o tempo interrogado na boca, salgar perguntas que não sabemos de nós.
Brotam coisas novas do chão…
Ouvi no rádio…
Noticias ás sete sem chuva.

Simples... não é?

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Friday, April 9, 2010 - 00:49

Poesia :

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Lapis-Lazuli

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Comments

Henrique's picture

Re: Always the sun

Mais um excelente poema que encontro no WAF! :-)

Alcantra's picture

Re: Always the sun

No chão brotam coisas novas, aqui brota poesia.

Alcantra

nunomarques's picture

Re: Always the sun

A meu ver, e visto a minha escassa experiencia e conhecimentos de poesia, a meu ver, em cada poema ou em cada prosa poética está depositado o sentimento ou a visão do seu autor num determinado momento, essa visão e ou interpretação pode variar de leitor para leitor. Pode ser diferente até pelo estado de espírito de quem lê.

Pode o leitor ir ao encontro e tentar perceber os sentimentos do autor ou por outro lado ajustar às suas vivencias e próprios sentimentos aquilo que lê, dando a sua própria interpretação.

No caso deste magnifico texto, sinto-o perfeito, utópico, lírico. Bem no tom da genialidade do seu autor, que admito há textos que também não entendo nem os consigo ajustar ao meu quotidiano, mas nem por isso deixam de ser menos brilhantes.

Eu queria fazer uma terraplanagem sobre a terra.
Onde o homem mais longe visse de perto o homem mais longe e assim ser-lhe tanto que não haveriam pátrias no mundo.

...que mais posso eu dizer...

Abraço
Nuno

Anonymous's picture

Re: Always the sun

Simples?

Bem, escreves de uma forma alucinada. Com talento, mestria e uma capacidade invulgar de transformar sons e dias em palavras.
Após ter tomado duas aspirinas, ( eu que me perdi várias vezes no texto), ainda tentei em vão reler e entender, mas é areia demais para a minha camioneta.
Génio? Sem duvida. Louco? Um pouco.

Gostei, ri, li...mas para ser sincera, não entendi lá grande coisa.
Pode alguem que não entende o que vê, aplaudir?
Pode pois, a òpera é exemplo disso

Simples...não é?

Patrícia Taz's picture

Re: Always the sun

Peço desculpa de me imescuir mas a Ópera não é para aqui chamada. O que eu penso é que talvez sejas nova demais para entenderes, tanto esta, quanto este poeta, que deposita uma carga imensa na sua prosa poética.
Igual ao que aqui se expõe e dar a ler Nietche a uma criança com uma dúzia de anos. As coisas começam pelo princípio, não pelo fim ou meio. O caminho, quando pisado, para além de comprimido, é sentido e com um único sentido.

Que venham mais criações do lápis com ponta de censura, ;-)

Patrícia Taz's picture

Re: Always the sun

O desafio do-cumentário...
Acontece a razão da notícia.
A metereologia às 7 sem chuva,
livro de cheques, jogo da bisca.
O Sol raia de noite e de dia
e o Só ergue-se no ocaso.

Ouvi na rádio...
Simples. Acaso o chão não deu uva?

Tua escrita rica
sempre intrigante
fascina(me)

Abraço. Traço de pena na fina linha do teu lápis.

PaTaz

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