REMANDO CONTRA A MARÉ
Paralelamente à crise mundial, que é um facto indubitável, como se sabe, assiste-se ao crescimento de potências como a China Comunista, que está a fazer tremer os alicerces económicos de certos países da Europa. Não sei até que ponto a abertura que lhe foi concedida para comercialização dos seus produtos a nível internacional e, consequentemente, o seu enriquecimento devido ao considerável aumento das suas exportações, não venha a ser irreversivelmente lamentada, sobretudo pelo ocidente. Com a entrada no mercado de produtos chineses a um baixíssimo preço, o que temos de considerar ser bastante bem aceite por quem vê as suas possibilidades financeiras cada vez mais afectadas pela crise, vimos muitas empresas acabarem na falência. Isto é um facto indiscutível e não se vê forma de isso ser evitado porque a moral da maior parte dos fabricantes só lhes permite lutar por um objectivo: atingir elevado número de vendas, com lucros exagerados. Sabemos que o preço pago pela mão-de-obra é elevado, mas também sabemos que, dificultando a importação de produtos da China e de outros países que praticam o abuso de pagarem baixíssimos valores aos operários, que vivem miseravelmente, iria pôr termo a este tipo de exploração. Esta medida, aliada à de contenção nos lucros dos fabricantes iria certamente contornar, também, o problema. Não sendo assim, gera-se um ciclo vicioso que só beneficia e fortalece esses países, capazes de recorrerem à mão-de-obra barata, pois enquanto os outros enfraquecem, eles tornam-se fortes potências mundiais, as quais passam a constituir, igualmente, uma outra ameaça quando, a par deste crescimento, sobretudo em países de governos totalitaristas, surge a sua corrida ao armamento nuclear.
Eu não acredito, portanto, que o mundo esteja a seguir o rumo que convém à construção duma política de actuação correcta por parte dos governos a qual, se conscientemente pensados e estruturados os seus fundamentos, iria permitir vivermos num mundo, senão perfeito, que contemplasse...
- acabar com o abuso do lucro excessivo,
- dar dignidade a quem está a passar por grandes dificuldades económicas no seio das suas
famílias, onde a fome e o desespero se instalaram,
- dar à Natureza o seu direito de não ser agredida por constantes gestos dum menefreguismo que
revolta,
- dar à criança o seu direito a um crescimento são e tranquilo,
- dar a cada um a tranquilidade de saber que não precisará de ser rico para ter saúde,
- dar a cada criança uma educação digna de orgulhar-se quem dela irá beneficiar, i.e., ela própria,
em todos os sentidos, quando adulta.
Para quando podermos acreditar que tudo isto possa ser possível, se continuamos a assistir à defesa de estratégias materialistas onde a avaliação de valores tende a favorecer o tacho de grandes egoístas, em vez de respeitar o bem-estar de quem sofre? Lutemos por uma resposta traduzida em actos, não em discursos que há muito nos saturam, feitos por gente que se tornou indiferente à luta de que carecemos. Não necessitamos de conversa da treta, tida para satisfazer a sede de protagonismo de muitos vendedores da Santa Banha de Gibóia, que não cura absolutamente NADA. Precisamos, URGENTEMENTE, isso sim, de Homens de Boa-Vontade para os quais o seu bem-estar pessoal está intrinsecamente ligado ao bem-estar do seu próximo.
Maria Letr@
Submited by
Prosas :
- Login to post comments
- 2692 reads
Add comment
other contents of Maria Letra
Topic | Title | Replies | Views |
Last Post![]() |
Language | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Love | UM GRANDE AMOR | 3 | 1.818 | 02/22/2025 - 18:12 | Portuguese | |
Poesia/Passion | DEIXA-ME SER PRIMAVERA EM TI | 0 | 731 | 02/20/2025 - 23:50 | Portuguese | |
Poesia/Disillusion | O DESTINO DA GENTE | 0 | 1.208 | 12/30/2024 - 06:31 | Portuguese | |
Poesia/General | O NOVO MEDO | 1 | 1.543 | 10/17/2024 - 15:32 | Portuguese | |
Prosas/Tristeza | VIOLÊNCIA DOMÉSTICA - ATÉ QUANDO? | 0 | 5.000 | 11/30/2023 - 01:01 | Portuguese | |
Poesia/General | AO SABOR DAS MARÉS | 0 | 1.597 | 10/29/2023 - 11:30 | Portuguese | |
Prosas/Others | DEMOCRATICAMENTE... LETRA-SEM-TRETA! | 0 | 2.526 | 07/09/2023 - 20:46 | Portuguese | |
Poesia/General | COMO VIVI A PANDEMIA | 0 | 2.012 | 07/09/2023 - 20:37 | Portuguese | |
Poesia/General | AGARRA A VIDA | 0 | 2.077 | 07/09/2023 - 20:33 | Portuguese | |
Poesia/Love | ELOS DE AMOR | 0 | 2.001 | 06/27/2023 - 19:51 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | SINTO FRIO | 0 | 1.999 | 06/27/2023 - 19:22 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | ESPERO POR TI MADRUGADA | 3 | 4.304 | 06/26/2023 - 20:54 | Portuguese | |
Poesia/Sadness | O FLAGELO DA PERDA | 2 | 2.675 | 06/26/2023 - 20:48 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | ETERNA BUSCA | 0 | 1.779 | 06/10/2023 - 16:54 | Portuguese | |
Poesia/Disillusion | PRECE À VIDA | 0 | 2.095 | 02/03/2023 - 21:51 | Portuguese | |
Poesia/Dedicated | QUANDO JULGARES-ME É UM ERRO | 0 | 2.180 | 02/03/2023 - 13:57 | Portuguese | |
Poesia/General | ONDE COMEÇA A ESPERA | 0 | 2.474 | 02/03/2023 - 13:52 | Portuguese | |
Poesia/General | QUEM NÃO ESTIVER BEM... QUE SE MUDE! | 0 | 2.729 | 11/28/2022 - 00:18 | Portuguese | |
Poesia/Thoughts | OS MEUS QUERERES | 0 | 1.956 | 11/27/2022 - 22:47 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | SÃO PENAS...PARTES DE MIM | 0 | 3.687 | 11/27/2022 - 22:32 | Portuguese | |
Prosas/Others | O EXCEPCIONAL INTÉRPRETE MUSICAL DIMASH QUDAIBERGEN | 0 | 2.926 | 11/27/2022 - 00:57 | Portuguese | |
Prosas/Others | O CUSCAS QUER IR AO QATAR | 0 | 7.415 | 11/27/2022 - 00:51 | Portuguese | |
Poesia/Sadness | TOXIMUNDO | 0 | 2.267 | 11/25/2022 - 23:07 | Portuguese | |
Críticas/Miscellaneous | AINDA O IDOSO CARENCIADO | 0 | 2.630 | 11/25/2022 - 18:42 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | O OBVERSO DO UNIVERSO | 0 | 3.054 | 11/25/2022 - 18:15 | Portuguese |
Comments
a vitória do ego
Cada vez mais remamos contra a maré e a humanidade está num ciclo vicioso
para o qual não se vê saída sem que haja sangue, suor e lágrimas.
Parece que ciclicamente a humanidade se deixa enlear em duras teias
de dramatismo, a maioria das vezes sob o patrocinio do malvado ego,
que não consegue perceber que o que é bom para uns pode ser dramático
para outros.
Um tema cada vez mais atual e ao qual a literatura não pode ficar indiferente.
1 abraç0o de Boas Vindas à colega do Recanto das Letras!
Abilio Henriques
REMANDO CONTRA A MARÉ
Muito obrigada, colega do Recanto das Letras! Estarei lá já por muito pouco tempo. Não estava satisfeita.
Irei visitá-lo agora mesmo à sua página para deixar o meu comentário. Um abraço reconhecido.