Inquietação sem Fugas

Se eu mandasse, voltaria ao contrário a curva do tempo,
Sentiria replicar na alma fria e vaga o sentir profundo,
Onde é mar batido, afundava aí o meu corpo
E nas ondas me envolvia, desse vagar de mar vagabundo
E ainda acabava por ter aquele odor, que tem do lodo, o sargaço
Da maré-baixa; talvez por nada ter de salgado esta outra vida,
Teria no cheiro algo imenso e um nobre pertenço
Como se outra fosse, não esta minha, “ brisa plagiada “.
Da curva fútil do tempo, onde a realidade é feita em céu
Continuo sendo um nada, nem a sombra do mar morto
Reconheço como sendo vestígio meu,
Sendo apesar de tudo o cais onde eternamente me acosto.
Se eu mandasse, voltaria ao contrário o mundo,
Na beira punha os olhos e os mares no fundo do coração
E eu andava nu por essas estradas sem curvas, velejando
Na minha inquietação, sem fugas…

Joel Matos (10/2011)
http://namastibetpoems.blogspot.com

Submited by

Tuesday, March 6, 2018 - 09:29

Ministério da Poesia :

Your rating: None Average: 5 (1 vote)

Joel

Joel's picture
Offline
Title: Membro
Last seen: 1 day 7 hours ago
Joined: 12/20/2009
Posts:
Points: 43158

Comments

Joel's picture

.

.

Joel's picture

.

.

Joel's picture

.

.

Joel's picture

.

.

Joel's picture

.

.

Joel's picture

Continuo sendo um nada, nem a

Continuo sendo um nada, nem a sombra do mar morto
Reconheço como sendo vestígio meu,
Sendo apesar de tudo o cais onde eternamente me acosto.

Joel's picture

Continuo sendo um nada, nem a

Continuo sendo um nada, nem a sombra do mar morto
Reconheço como sendo vestígio meu,
Sendo apesar de tudo o cais onde eternamente me acosto.

Joel's picture

Continuo sendo um nada, nem a

Continuo sendo um nada, nem a sombra do mar morto
Reconheço como sendo vestígio meu,
Sendo apesar de tudo o cais onde eternamente me acosto.

Joel's picture

Continuo sendo um nada, nem a

Continuo sendo um nada, nem a sombra do mar morto
Reconheço como sendo vestígio meu,
Sendo apesar de tudo o cais onde eternamente me acosto.

Joel's picture

Inquietação sem Fugas

Inquietação sem Fugas

Add comment

Login to post comments

other contents of Joel

Topic Title Replies Views Last Postsort icon Language
Poesia/General Água turva e limpa 28 361 12/11/2025 - 21:26 Portuguese
Poesia/General Escrever é pra mim outra coisa 26 556 12/11/2025 - 21:24 Portuguese
Ministério da Poesia/General Mãos que incendeiam sóis, 18 202 12/11/2025 - 21:23 Portuguese
Poesia/General A morte tempera-se a frio 18 213 12/11/2025 - 21:21 Portuguese
Poesia/General Atrai-me o medo 33 280 12/11/2025 - 21:21 Portuguese
Poesia/General Não sendo águas 23 138 12/11/2025 - 21:20 Portuguese
Ministério da Poesia/General Nunca fiz senão sonhar 27 339 12/11/2025 - 21:19 Portuguese
Ministério da Poesia/General O Ser Português 29 309 12/11/2025 - 21:18 Portuguese
Ministério da Poesia/General Sou homem de pouca fé, 25 334 12/11/2025 - 21:18 Portuguese
Ministério da Poesia/General Às vezes vejo o passar do tempo, 19 230 12/11/2025 - 21:17 Portuguese
Ministério da Poesia/General Meia hora triste 19 110 12/11/2025 - 21:16 Portuguese
Ministério da Poesia/General Não fosse eu poesia, 24 244 12/11/2025 - 21:15 Portuguese
Ministério da Poesia/General No meu espírito chove sempre, 27 239 12/11/2025 - 21:13 Portuguese
Ministério da Poesia/General Salvo erro 19 139 12/11/2025 - 21:13 Portuguese
Ministério da Poesia/General Sal Marinho, lágrimas de mar. 23 129 12/11/2025 - 21:11 Portuguese
Ministério da Poesia/General O sonho de Platão ou a justificação do mundo 20 249 12/11/2025 - 21:11 Portuguese
Ministério da Poesia/General Horror Vacui 34 638 12/11/2025 - 21:09 Portuguese
Ministério da Poesia/General Dramatis Personae 20 173 12/11/2025 - 21:08 Portuguese
Ministério da Poesia/General Adiado “sine die” 20 135 12/11/2025 - 21:08 Portuguese
Ministério da Poesia/General “Umano, Troppo umano” 21 143 12/11/2025 - 21:07 Portuguese
Ministério da Poesia/General Durmo onde um rio corre 20 246 12/11/2025 - 21:06 Portuguese
Ministério da Poesia/General Deito-me ao comprido 33 252 12/11/2025 - 21:05 Portuguese
Ministério da Poesia/General Me dói tudo isso 16 289 12/11/2025 - 21:04 Portuguese
Ministério da Poesia/General “Ave atque vale” 31 293 12/11/2025 - 21:03 Portuguese
Ministério da Poesia/General Da interpretação ao sonho 23 192 12/11/2025 - 21:02 Portuguese