Sociedade Morta

Escondia-me atrás dos meus medos confusos e absurdos,
Eles eram “o meu escudo de coragem”. Só que sempre fui tão pobre,
Tão covarde e incapaz de pular para fora de sua proteção!

Nunca esgrimi a espada da bravura,
Nunca fui o guerreiro que perdeu o medo
Para achar no reflexo a valentia.

Hoje, estas antigas ferramentas de sentimentos estão podres,
Que ao largo alargo-me na excelsa criatura do devir.

Estou tão louco que minha boca não se cala,
Tudo que era tornou-se um calo
Que me sufoca a ponto de olhar para as pessoas
Neste tabuleiro de xadrez chamado mundo
E pular para fora do planeta até cair
No fundo do infinito.

Estamos presos nesta fétida bastilha.
Escutem os meus gritos!

A religião não passa de uma notícia!

Guilhotinados estamos na guilhotina da interpretação
E da influência dos que nunca estiveram num passado
Realmente distante para dizer o que é verdadeiro.

Todos achamos-nos a um fio da loucura,
Porém, quando rompemos este fio
Tornamo-nos loucos – para nós normais.
Aqueles que pensam serem deuses da lei
São apenas escravos da lei.

Somos frutos de uma criação medíocre.

Submited by

Tuesday, December 15, 2009 - 20:59

Ministério da Poesia :

No votes yet

Alcantra

Alcantra's picture
Offline
Title: Membro
Last seen: 9 years 16 weeks ago
Joined: 04/14/2009
Posts:
Points: 1563

Add comment

Login to post comments

other contents of Alcantra

Topic Title Replies Views Last Postsort icon Language
Poesia/Love Soma de poemas 5 2.008 02/27/2018 - 12:09 Portuguese
Poesia/General Abismo em seu libré 0 2.207 12/04/2012 - 00:35 Portuguese
Poesia/General Condado vermelho 0 2.820 11/30/2012 - 22:57 Portuguese
Poesia/General Ois nos beijos 1 1.889 11/23/2012 - 11:08 Portuguese
Poesia/General Dores ao relento 0 2.195 11/13/2012 - 21:05 Portuguese
Poesia/General Memórias do norte 1 1.309 11/10/2012 - 19:03 Portuguese
Poesia/General De vez tez cromo que espeta 0 2.334 11/05/2012 - 15:01 Portuguese
Poesia/General Cacos de teus átomos 0 1.753 10/29/2012 - 10:47 Portuguese
Poesia/General Corcovas nas ruas 0 2.311 10/22/2012 - 11:58 Portuguese
Poesia/General Mademouselle 0 1.583 10/08/2012 - 15:56 Portuguese
Poesia/General Semblantes do ontem 0 1.656 10/04/2012 - 02:29 Portuguese
Poesia/General Extravio de si 0 2.191 09/25/2012 - 16:10 Portuguese
Poesia/General Soprosos Mitos 0 2.701 09/17/2012 - 22:54 Portuguese
Poesia/General La boheme 0 2.458 09/10/2012 - 15:51 Portuguese
Poesia/General Mar da virgindade 2 1.652 08/27/2012 - 16:26 Portuguese
Poesia/General Gatos-de-algália 0 2.393 07/30/2012 - 16:16 Portuguese
Poesia/General Vidas de vidro num sutil beijo sem lábios 2 1.732 07/23/2012 - 01:48 Portuguese
Poesia/General Vales do céu 0 1.496 07/10/2012 - 11:48 Portuguese
Poesia/General Ana acorda 1 2.091 06/28/2012 - 17:05 Portuguese
Poesia/General Prato das tardes de Bordô 0 1.870 06/19/2012 - 17:00 Portuguese
Poesia/General Um sonho que se despe pela noite 0 1.839 06/11/2012 - 14:11 Portuguese
Poesia/General Ave César! 0 2.563 05/29/2012 - 18:54 Portuguese
Poesia/General Rodapés de Basiléia 1 1.678 05/24/2012 - 03:29 Portuguese
Poesia/General As luzes falsas da noite 0 2.505 05/14/2012 - 02:08 Portuguese
Poesia/General Noites com Caína 0 1.751 04/24/2012 - 16:19 Portuguese