FENDE A NOITE O VASTO LUAR

Nas longas noites de ciclone e cinza
batíamos à porta e entrávamos.
A sombra e eu.
E ficávamos ali horas mortas
perdidos de nós
tão próximos e distantes que mais parecíamos
a ausência do calor onde a chama se perdeu.

A noite adianta a tempestade.
E o grito.
E o infinito nada.
E o medo esquecido de mais um dia
embarga mistérios de luz.
Já nada nos seduz!

A sombra e eu
batíamos à porta da loucura
e entrávamos
de rompante sem esperar permissão.
E ali ficávamos um do outro
esquecidos
mão na mão
olhando o copo da esperança vazio
de nada
mas tão cheio de solidão.

Submited by

Monday, June 6, 2011 - 13:24

Poesia :

No votes yet

AlvaroGiesta

AlvaroGiesta's picture
Offline
Title: Moderador Consagrados
Last seen: 12 years 27 weeks ago
Joined: 12/28/2009
Posts:
Points: 305

Add comment

Login to post comments

other contents of AlvaroGiesta

Topic Title Replies Views Last Postsort icon Language
Poesia/General Tantas frases por dizer... 1 2.284 09/12/2011 - 21:41 Portuguese
Poesia/General As loucuras na senda da luz 0 1.386 09/12/2011 - 07:24 Portuguese
Poesia/Intervention É preciso mudar 0 1.435 07/24/2011 - 22:03 Portuguese
Poesia/Meditation FENDE A NOITE O VASTO LUAR 0 1.643 06/06/2011 - 13:24 Portuguese
Poesia/Meditation o céu é longe, aqui (1) 0 1.686 06/03/2011 - 12:37 Portuguese
Ministério da Poesia/Meditation 30. No fundo do tempo a minha alma vazia… 0 1.373 05/13/2011 - 13:31 Portuguese
Ministério da Poesia/Meditation 29. Depois que a névoa cai sobre a terra… 0 1.736 05/13/2011 - 13:30 Portuguese
Ministério da Poesia/Meditation 28. Sóis oblíquos 0 1.407 05/13/2011 - 13:28 Portuguese
Ministério da Poesia/Meditation 27. Paredes meias habito com o sonho que cresce… 0 1.353 05/13/2011 - 13:27 Portuguese
Ministério da Poesia/Meditation 26. Ficaram apenas as memórias 0 1.715 05/13/2011 - 13:26 Portuguese
Ministério da Poesia/Meditation 25. Últimos resíduos da memória 0 1.814 05/13/2011 - 13:23 Portuguese
Ministério da Poesia/Meditation 24. Nos umbrais da noite, o homem… 0 1.533 05/13/2011 - 13:22 Portuguese
Ministério da Poesia/Meditation 23. Nos umbrais da noite, o sonho 0 1.938 05/13/2011 - 13:20 Portuguese
Poesia/Meditation Há dias assim 0 1.284 05/12/2011 - 11:38 Portuguese
Ministério da Poesia/Meditation 22. Ah! “se um dia a juventude voltasse…” 0 1.402 05/12/2011 - 11:03 Portuguese
Ministério da Poesia/Meditation 21. Atropela-se o amanhecer… 0 1.280 05/12/2011 - 11:00 Portuguese
Ministério da Poesia/Meditation 20. Deito-me nesta cama de espinhos... 0 1.336 05/12/2011 - 10:58 Portuguese
Ministério da Poesia/Meditation 19. Multiplicam-se os suplícios… 0 1.296 05/12/2011 - 10:55 Portuguese
Ministério da Poesia/Meditation 18. Onde o mar ladra furiosamente, a vida 0 1.348 05/12/2011 - 10:25 Portuguese
Ministério da Poesia/Meditation 17. Onde as areias da praia se esquecem do mar… 0 1.690 05/10/2011 - 09:57 Portuguese
Ministério da Poesia/Meditation 16. O absurdo “nada” 0 1.334 05/10/2011 - 09:56 Portuguese
Ministério da Poesia/Meditation 15. As silhuetas diluem-se… 0 1.439 05/10/2011 - 09:56 Portuguese
Ministério da Poesia/Meditation 14. Irados os sentidos… 0 1.479 05/10/2011 - 09:54 Portuguese
Ministério da Poesia/Meditation 13. O dia em que a noite ficou mais escura ainda… 0 1.992 05/10/2011 - 09:53 Portuguese
Ministério da Poesia/Meditation 12. Um lugar de luz e espuma 0 1.648 05/08/2011 - 23:16 Portuguese