Letras em chamas

Começo meio fim meio-fio claro
E carros cuspindo das poças o resto dum choro emudecido,
Ter na mente o que não se pode colocar nela
Como orvalho preguiçoso
Acordando às sete horas

Ah! Velho com barbas de árticos e pensamentos boreais
Não venha mostrar a grande balbúrdia (alma inferneira)
Com seu teso cômputo
Sobre cidadelas distantes de outros sítios humanos
Não venha queimar o mote dom de quem versa
Como se a criação da palavra fosse um erro no herege
Com direito a fogueira
Indolente presságio ido até o fim
Sem conceber outras ruas ou cunhais abaratinados

Assim faz-se a resposta do mal aventurado
Que inventa na tarde o seu paraíso
E caminha por noites infernais:

Nas espinhas das fêmeas calças a pele do deleite
Sobre curvas perfumais tens nas mãos o leme dum corpo no contorcer-se
Navegar singrar e ferir uma alma
Quando do nada toda natureza do amor
É entregue ao abismo
Nas solas dos pés
Deste monstro não estudado
Sem resultados nem fórmulas.

O fogo da longitude
Faz da moça o caminho para fora do Éden
Desgraças com graças dum bom amante
Entregar a guerra sentimental
No peito da paz em pleno clímax e êxtase

A melhor memória deus do amor
Áureo feito trigais dado por gosto findo
Da separação do verde
Em colheitas secas
Está na adaga que crava e fica
Só permanece arraigada por medo de não senti-la
Nunca mais

Ominas limite seu próprio quando do álcool
Arrancas uma ressaca na ponta da pena,
No fumo e em tudo que faz de ti
Errado no erro que és
Ainda resta uma saída
Se estais no inferno
No inferno estais
És o diabo telúrico em carne recíproca

Submited by

Friday, February 3, 2012 - 10:59

Poesia :

No votes yet

Alcantra

Alcantra's picture
Offline
Title: Membro
Last seen: 9 years 17 weeks ago
Joined: 04/14/2009
Posts:
Points: 1563

Add comment

Login to post comments

other contents of Alcantra

Topic Title Replies Views Last Postsort icon Language
Poesia/Love Soma de poemas 5 2.020 02/27/2018 - 12:09 Portuguese
Poesia/General Abismo em seu libré 0 2.229 12/04/2012 - 00:35 Portuguese
Poesia/General Condado vermelho 0 2.831 11/30/2012 - 22:57 Portuguese
Poesia/General Ois nos beijos 1 1.899 11/23/2012 - 11:08 Portuguese
Poesia/General Dores ao relento 0 2.213 11/13/2012 - 21:05 Portuguese
Poesia/General Memórias do norte 1 1.319 11/10/2012 - 19:03 Portuguese
Poesia/General De vez tez cromo que espeta 0 2.341 11/05/2012 - 15:01 Portuguese
Poesia/General Cacos de teus átomos 0 1.760 10/29/2012 - 10:47 Portuguese
Poesia/General Corcovas nas ruas 0 2.316 10/22/2012 - 11:58 Portuguese
Poesia/General Mademouselle 0 1.604 10/08/2012 - 15:56 Portuguese
Poesia/General Semblantes do ontem 0 1.679 10/04/2012 - 02:29 Portuguese
Poesia/General Extravio de si 0 2.209 09/25/2012 - 16:10 Portuguese
Poesia/General Soprosos Mitos 0 2.711 09/17/2012 - 22:54 Portuguese
Poesia/General La boheme 0 2.474 09/10/2012 - 15:51 Portuguese
Poesia/General Mar da virgindade 2 1.673 08/27/2012 - 16:26 Portuguese
Poesia/General Gatos-de-algália 0 2.404 07/30/2012 - 16:16 Portuguese
Poesia/General Vidas de vidro num sutil beijo sem lábios 2 1.740 07/23/2012 - 01:48 Portuguese
Poesia/General Vales do céu 0 1.510 07/10/2012 - 11:48 Portuguese
Poesia/General Ana acorda 1 2.102 06/28/2012 - 17:05 Portuguese
Poesia/General Prato das tardes de Bordô 0 1.896 06/19/2012 - 17:00 Portuguese
Poesia/General Um sonho que se despe pela noite 0 1.860 06/11/2012 - 14:11 Portuguese
Poesia/General Ave César! 0 2.575 05/29/2012 - 18:54 Portuguese
Poesia/General Rodapés de Basiléia 1 1.686 05/24/2012 - 03:29 Portuguese
Poesia/General As luzes falsas da noite 0 2.525 05/14/2012 - 02:08 Portuguese
Poesia/General Noites com Caína 0 1.759 04/24/2012 - 16:19 Portuguese