PAIXÃO DE LENHAS INAPAGÁVEIS …

Obsceno olhar o meu que te despe,
que te acerta aos meus impulsos,
que te desperta o corpo.

Obscenos olhos meus por ti adentro,
náufragos no mar do teu olhar,
cegos de ti.

Obscenas mãos as minhas incendiadas em ti,
nuas sedes sobre a tua pele,
a tua última roupa.

Obscenas sinas minhas tuas sinas obscenas,
os meus lábios nos teus lábios deitados,
tamanhos pecados tatuados num beijo.

Obscenas salivas nossas fervescentes,
escaldo de excitação fisiológica,
insanas danças.

Obscenas palavras nos fundem a fogo e mel,
vontades apetecidas a dois,
insultos de amor.

Obscenas almas as nossas subidas até ao infinito,
paixão de lenhas inapagáveis,
a carne crua da poesia.
.
.
.
.

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Thursday, December 20, 2012 - 00:35

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