Inocência Roubada

No silêncio da noite roubaram-me
A inocência de minha alma.
Com promessas de amor e felicidade
Palavras induziram-me a entregar
O corpo para a prostituição.

O vazio da dispensa lá de casa
E o choro de meus irmãozinhos
Mistura-se com o vazio da minha alma
Na busca de prazer
Para acalmar a minha ilusão.

Na esperança de encontrar alimento
Entrego meu corpo.
Não sei se o que sinto é prazer
Ou repulsa
Sinto-me no fundo do poço.

A vida é ingrata aqui nesta cidade
Não oferece alternativa de vida.
O pouco que meus pais ganham
Não dá pra comprar o pão
E as dividas está até o pescoço.

Disseram-me que as crianças
Têm direito a brincadeira
Mas me negam a oportunidade de brincar.

Desfizeram minha inocência e minha felicidade
Nos braços imundos de homens
Que me obrigam a amar.

Obs: Este poema retrata a angústia de uma adolescente que, aos 12 anos, representa as inúmeras que vagam pelas ruas dessa cidade.

Odair José
Poeta e Escritor Cacerense

Submited by

Thursday, July 9, 2009 - 18:31

Poesia :

No votes yet

Odairjsilva

Odairjsilva's picture
Offline
Title: Membro
Last seen: 14 hours 2 min ago
Joined: 04/07/2009
Posts:
Points: 19684

Comments

KeilaPatricia's picture

Re: Inocência Roubada

Essa é uma cruel realidade...

:-?

Poetaminas's picture

Re: Inocência Roubada

Esta é uma das piores coisas que um pai pode permitir. Deixar que a filha se prostitua criança ainda para conseguir alimento.
Como é possível que com os bolsa família e bolsa escola, seja necessário macular a inocência de uma criança, apodrecendo seu ´corpo precocemente à cata de subsistência? Os pais ganham pouco, mas existem ajudas que o governo dá às famílias pobres, instituiçãos ajudam famílias com crianças. Será que eles ganham pouco ou não querem trabalhar e colocam a filha para resolver suas privações. Nada pode ser mais triste do que fazer uma criança passar por isto. É revoltante!! bjs

Add comment

Login to post comments

other contents of Odairjsilva

Topic Title Replies Views Last Postsort icon Language
Poesia/Thoughts Observação 6 5.640 03/27/2024 - 22:12 Portuguese
Poesia/Disillusion Agora o coração reclama 6 2.854 03/26/2024 - 20:13 Portuguese
Poesia/Intervention A insensatez da guerra 6 1.660 03/25/2024 - 19:49 Portuguese
Poesia/Intervention Senso crítico nebuloso 6 5.081 03/24/2024 - 13:39 Portuguese
Poesia/Disillusion Entre as sombras da noite 6 6.071 03/23/2024 - 14:32 Portuguese
Poesia/Intervention O espelho da realidade 6 3.206 03/22/2024 - 13:17 Portuguese
Poesia/Dedicated À beleza do verso 6 4.099 03/21/2024 - 20:00 Portuguese
Poesia/Love Permita-me 6 1.686 03/21/2024 - 11:51 Portuguese
Poesia/Joy Outono 6 2.411 03/20/2024 - 22:06 Portuguese
Poesia/Thoughts Deixando marcas no tempo 6 4.730 03/19/2024 - 11:38 Portuguese
Poesia/Love Um pedaço do céu 6 1.982 03/18/2024 - 19:56 Portuguese
Poesia/Meditation Desafios 6 5.115 03/17/2024 - 13:51 Portuguese
Críticas/Books Odair José, Poeta Cacerense toma posse no PEN Clube de Escritores 6 16.644 03/16/2024 - 03:09 Portuguese
Poesia/Fantasy Viagem poética 6 2.871 03/14/2024 - 00:50 Portuguese
Poesia/Passion Minha paixão por você é eterna 6 2.483 03/13/2024 - 21:26 Portuguese
Poesia/Love Espero que saiba 6 3.423 03/13/2024 - 02:50 Portuguese
Poesia/Love Que sorte a minha 6 1.874 03/11/2024 - 20:56 Portuguese
Poesia/Thoughts Existência sufocante 6 5.028 03/10/2024 - 14:12 Portuguese
Poesia/Thoughts Quero que pense 6 1.131 03/09/2024 - 14:09 Portuguese
Poesia/Passion Quando vejo teus olhos 6 3.527 03/07/2024 - 20:16 Portuguese
Poesia/Love Tempo forasteiro 6 2.976 03/06/2024 - 20:22 Portuguese
Poesia/Passion Amor proibido que fere o coração 6 2.491 03/05/2024 - 23:07 Portuguese
Poesia/Love Trovas de amor e saudade VI 6 4.498 03/04/2024 - 23:10 Portuguese
Poesia/Love Quando penso em você 6 846 03/03/2024 - 12:53 Portuguese
Poesia/Thoughts Incompetência 6 4.413 03/02/2024 - 13:46 Portuguese