OS RIOS

Os rios correm sempre para o mar e não há nada que os impeça de prosseguir o seu caminho; o homem poderá desviar - lhe o percurso mas, com certeza que nunca os impedirá de correr para o mar; no seu percurso encontram sempre muitos obstáculos mas, nada os impede de fazer a sua corrida impediosa em direcção ao seu destino.

Ao vazar e ao encher, levam e trazem sempre a vida consigo, matando a fome de quem dele depende mas, vejam bem os agradecimentos do homem para com eles, mordem sempre a mão de quem lhes dá de comer, poluindo - os sem dó nem piedade e depois queixam - se que os rios que correm parta o mar

 já não são o que eram, não têm a vida que tinham mas, ao mesmo tempo, não se interrogam, porque será? O único culpado é o próprio homem, portanto, a resposta está encontrada mas, ele continua a pensar que foi a natureza que o enganou.

A vida do homem é como a água dos rios que corre sempre para a meta mas, ele continua a pensar que é eterno, pelas atitudes que tem em relação à natureza; por muito que lute, a vida o conduzirá sempre impiedosamente para a foz, confundido - se com as águas do mar e ninguém nunca mais se lembrará que teve o seu início feito grão de areia e que engrossou no seu percurso para terminar na foz do nada.

Atrás do homem ficam as suas obras boas ou más, ou nada deixará para se perpetuar no tempo e acabará como se nunca tivesse existido. Portanto, a vida do homem será como a água dos rios que correm para o mar, tendo no seu percurso, tempestades e bonanças mas, acabará sempre por se perder na imensidão do mar da vida, onde ninguém saberá o que ele é ou o que  foi se a sua ambição for ao extremo.

No fim, serviu - lhe de alguma coisa ser amante da guerra do poder e do dinheiro, semeando campos de ódio? Faça bem ou mal, o destino do homem será sempre o mesmo, a foz onde acaba e apenas poderá ser recordado pelo mal ou pelo bem que praticou. Enquanto a natureza quiser, as suas raízes continuarão a crescer e a dar frutos, e estes também correrão para o mesmo destino, fazendo o tal círculo vicioso da vida, que funciona como os alcatruzes  duma nora, enchendo - se no princípio e esvaziando - se no fim, até que o seu tempo  deixar e a natureza quiser; felizmente que, contra esta lei, o homem nada pode fazer para a impedir de ser aplicada. No entanto, poderá prolongar a sua vida no tempo mas, o seu destino será sempre o mesmo, quer seja rico ou pobre, mau ou bom, pois a natureza não discrimina ninguém nas duas fases da vida, no nascer e no morrer.

Existem na sociedade humana vários organismos de caridade e de solidariedade e outros que se destinam a proteger os mais desfavorecidos ou marginalizados da sociedade humana que são sinais muito sinistros e trágicos, porque escondem atrás de si algo de muito grave, criado pela própria sociedade; Seria muito melhor se tais organismos não fossem necessários, o que significava que, dentro da sociedade humana não havia sinais de pobreza ou de miséria, a vida seria boa .

Lá estou outra vez a sonhar mas, o que é que posso fazer se sonhar ao menos não é proibido? Pois é, sou um sonhador com um mundo melhor e estes sonhos deviam ser como uma doença altamente contagiosa em que nenhum ser humano escapasse a tal epidemia e que se tornassem reais, que ninguém conhecesse a existência de qualquer arma mortífera, o ódio, a ganância desmedida mas, que existisse apenas a doença do amor e da felicidade que se espalhasse pela Terra inteira como o próprio ar que é imprescindível à vida de qualquer ser vivo.

Como é bom sonhar assim!..., mas se sonhasse isto em voz alta, a sociedade ria - se de mim e apelidava - me de louco, marginalizava - me ou internava - me numa casa para loucos; não me importo nada em sofrer desta loucura, sonhar com um mundo novo, onde toda gente, nos meus sonhos é feliz; só queria ter um poder, um grande poder, não para ser senhor do mundo, um grande líder, um grande homem de negócios, não nada disto eu quero; o poder que eu penso é muito mais importante, ter o poder de voar, como uma poderosa ave, que dominasse os céus e tivesse a capacidade de destruir todas as armas mortíferas com o poder dos meus olhos, espalhar o amor e a dignidade por toda a Terra, transformando - a num Paraíso, onde todas as vidas sem excepção, se sentissem bem; assim sim, eu me sentiria orgulhoso da minha sociedade.

Como o que sonho, é apenas sonho, tenho de me contentar com este inferno crescente em que o homem vai transformando este planeta; ao mesmo tempo, penso que, todos temos o dever de lutar, para que a sociedade tenha melhores dias, não para melhorar só a vida de alguns mas, para todos os seres vivos e não só os seres humanos.

A sociedade humana pensa, pensa mas, o seu pensamento apenas pensa no seu egoísmo, ter só para si, cada um por si, e nada mais existe a não ser o seu pensar para dentro de si, agindo como se fosse imortal e o dinheiro salva tudo. É preciso ter um pensar mais amplo, e saber ver o que a rodeia, olhar numa noite de luar para o céu e observar a lua que leva a sua rota e a o seu planeta faz o mesmo mas, ela a sociedade acompanha – o sempre mas, vai morrendo e nascendo, sem significado; a Lua e a Terra sim, continuam sempre no seu percurso, sempre imortais, circulando à volta do Sol mas, só a Terra tem o privilégio, de receber do Sol a vida que a sociedade tem. Portanto, a sociedade não sabe pensar, ao pensar que a o Sol e a Lua, gravitam à volta da sua vida. 

 

 

 

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Wednesday, June 1, 2016 - 10:02

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José Custódio Estêvão

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