Os Rios da Alma
Caí num poço sem fundo
Engoliu-me o vazio e a alma partiu em busca de outros sóis
No invisível, mostro-me ao que está ao alcance de uma mão
Um sonho parado no meio do Inverno
O frio congela-me os pensamentos livres
Ouvem-se serenatas roucas do fundo do mar
Afundaram-se os sonhos
Jazem junto às marés que se entregaram de mãos vazias
Um novo horizonte, uma gota no meio do oceano
Afoga-se na corrente morna dos rios que correm
Uma prece num sorriso a boiar
Um palco distante onde me arrasto para aprender a dançar
Descubro-me nos caminhos alagados
Nos remoinhos que afundam os rios do mundo
E solto-me na aridez de um sonho solto
Que se encosta ás margens de encontros casuais
E a alma...fonte inatingível
Jorra lágrimas correntes na linhagem habitual
Sabores conjugados, sentires afogados
Encantos e desencantos, sonhos fechados
O sol chora, acorda os picos entrelaçados
E os corpos desfilam na subtil indiferença dos mundos
Os mares extinguem-se nos oceanos de uma lágrima
Que se recolhe até à chegada das novas eras….
Dolores Marques
Submited by
Poesia :
- Login to post comments
- 1655 reads
Add comment
other contents of ÔNIX
Topic | Title | Replies | Views |
Last Post![]() |
Language | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Meditation | Urge Saber | 1 | 804 | 05/12/2010 - 20:19 | Portuguese | |
![]() |
Fotos/Faces | Eu | 2 | 2.090 | 05/11/2010 - 14:28 | Portuguese |
Poesia/Meditation | Criação in Verbus | 9 | 2.159 | 05/10/2010 - 12:57 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | Fica comigo até uma última vez | 13 | 1.456 | 05/06/2010 - 23:40 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | O Centro Energético do Poema | 9 | 1.705 | 05/06/2010 - 23:34 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | Tenho medo do que se passa lá fora | 15 | 1.736 | 05/05/2010 - 10:19 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | Mata-borrão | 8 | 1.502 | 05/04/2010 - 12:49 | Portuguese | |
Poesia/Passion | Meu companheiro de horas tardias | 6 | 1.870 | 05/03/2010 - 09:29 | Portuguese | |
![]() |
Fotos/Faces | Eu | 2 | 1.938 | 04/30/2010 - 16:13 | Portuguese |
Poesia/Passion | Absorver Licores Nobres e Fazê-los Escorrer Pela Tua Boca | 8 | 1.865 | 04/29/2010 - 20:20 | Portuguese | |
Poesia/Passion | Quando ela o induzia de uma certa maneira | 19 | 2.114 | 04/28/2010 - 15:22 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | Tudo Tem um Preço | 8 | 1.571 | 04/28/2010 - 15:14 | Portuguese | |
Poesia/Erotic | Aqueceu demais e não aguentou | 12 | 1.141 | 04/26/2010 - 18:55 | Portuguese | |
Poesia/Disillusion | A marcar pontos no meio da estrada | 8 | 4.179 | 04/26/2010 - 16:25 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | Faz Tempo | 13 | 1.615 | 04/23/2010 - 21:35 | Portuguese | |
Poesia/Erotic | Fruto da Época | 17 | 1.530 | 04/23/2010 - 21:30 | Portuguese | |
Prosas/Letters | O nome que sempre te disse - Olá | 4 | 4.015 | 04/23/2010 - 21:26 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | Poema Infantil | 8 | 1.180 | 04/23/2010 - 16:12 | Portuguese | |
Poesia/Love | Trago de Amores | 6 | 1.560 | 04/19/2010 - 11:49 | Portuguese | |
Prosas/Romance | Verdes São as Folhas | 2 | 1.969 | 04/19/2010 - 11:00 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | Hoje Escutei Em Segredo... | 10 | 1.890 | 04/14/2010 - 10:23 | Portuguese | |
Prosas/Ficção Cientifica | Lavo as Mãos Como Pilatos | 4 | 3.014 | 04/13/2010 - 16:23 | Portuguese | |
![]() |
Fotos/Bodies | Xailde | 2 | 3.991 | 04/11/2010 - 01:22 | Portuguese |
Poesia/Meditation | O Tudo e o Nada em Movimentos Circunspectos | 6 | 1.254 | 04/09/2010 - 10:09 | Portuguese | |
![]() |
Fotos/Landscape | Porto Covo | 2 | 1.988 | 04/07/2010 - 14:48 | Portuguese |
Comments
Re: Os Rios da Alma
Um novo horizonte, uma gota no meio do oceano
Afoga-se na corrente morna dos rios que correm
Uma prece num sorriso a boiar
Um palco distante onde me arrasto para aprender a dançar...
Uma corrente de poesia, mais um boa poesia tua!
:-)
Re: Sonhos de Inverno e Os Rios da Alma
...novas eras...
apesar de tudo, há esperança. É um bom começo.
Bom poema
Bjs
Re: Sonhos de Inverno e Os Rios da Alma
"Para compreendermos o valor da âncora, necessitamos enfrentar uma tempestade."
(Eleonor L. Dolan)
...e que as tuas sejam poucas. Depois da noite vem sempre o dia. Abraços.