Poema coreografado

Poema Coreogrado

Por entre os cortinados
de linho e rendados
por mãos delicadas
suaves,
no tocar dos tecidos,
beija-me o sol
em entardeceres
doces…

O chilreio de passarinhos
de vizinhos
são a música
que quero ouvir,
nos silêncios
de poemas, que escrevinho…

Os sorrisos
atravessam distâncias,
encurtam caminhos
ladeados de rosas por florir
e silvados desordenados
sem espinhos…

Os muros ombreados
de arbustos sombreados
acolhem insectos
de nome, desconhecidos.
Ignorante de termos técnicos
facilitam versos poéticos.
Abrem-se em portões
de pura fantasia
iluminando a alma fria…

Coabitam em mim, corações
múltiplos, de emoções.
Inventam sensações.
Em semântica, euforia!
O trabalho é alegria,
o teu rosto harmonia!
Projecto longe sonhos,
coreografados,
por mente de poeta…

Paro!
Escuto o silêncio
que tenho por companhia!
Sussurro-lhe palavras
dilectas…
Conto-lhe histórias
da carochinha…
Embalo-o, na sua caminha,
no quarto imaginário,
mobilado,
há muito tempo…

OF 05-04-2011