Lascívia
Fluidos...
Tudo se desmancha em fluidos
Corpos melados, escorridos de gozo, suor e saliva derretem
Corpos cansados, fadigados da busca obstinada e excessiva
Pelo prazer, ofegantes e insatisfeitos esperamos ansiosamente
Pelo descanso, a volta das forcas para de novo e exaustivamente
Exercitarmos o êxtase pelo contado direto e franco da pele com a pele
O êxtase...Essa jóia sobrenatural e comum, esse tesouro encantado
Exposto e autocensurado pra quem quer possuí-lo
Temido pelo desejo feroz enjaulado.
Inevitavelmente descobre-se a inutilidade da filosofia e da ciência
Náo existe moral, nem culpa, nem pudor, nem inocência
Não existe razão que detenha a vontade igual
Através de um ritual apoteótico repitimos a mesma experiência
Na tentativa impulsiva e incontrolável de fundir dois ou mais corpos
Constringindo a carne, reincindimos no mesmo erro inúmeras vezes
No desespero impoderável de ocupar um mesmo lugar no espaço
Boca com boca, coxa entre coxa, peito com peito somente não satisfaz
- MAIS!! Implora o instinto selvagem e voraz
Subconsiente da necessidade vital e orgânica
Boca entre coxas, coxas com peito, peitos na boca...
- MAIS!! Língua pra fora, vagina molhada, pénis duro, dedos ágeis, mãos impetuosas...
Mais e mais ininterruptamente porque o prazer nunca é suficiente...
E assim, intercalado e sempre misturando as habilidades inconseqüentes
Com a arte de contorcionistas, enrolamos-nos na cama onde quer ela esteja montada
Fazemos de tudo um circo, montados um no outro com uma delicadeza cavala
Entre os suspiros dos ápices conseguidos, variados rítmos, pressas e preces
Diferentes posturas, a avidez insaciável de provar cada polegada da pele nua
Queremos degustar a sal da textura com germes, bactérias e casca
Que compõem o genuíno tempêro da carne crua
O gosto da existência, do natural, do ser humano
Fazemos ruínas a nossa volta
Derrubamos conceitos e preconceitos, nada sobra
Nada mais que preste, porque nada mais importa
Sem justificativas, deixamos tudo pra traz
Nos excedemos, nos esbaldamos, nos proscrevemos
Em fluidos espalhados, derramados e gosmentos
Sucumbidos em nome do êxtase infindo
Em prol do fim da insatisfaçao
Por um breve e revigorante momento
Não há hipócrita que negue tal felicidade fugaz...
A lascívia é o sentido da vida
Outros poemas também encontrados juntamente no meu blog
http://carlinhoscavalcanti.blogspot.com/
Obrigado à todos
;-)
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Comentarios
Re: Lascívia
Bom poema!!!
Mas talvez devesse estar classificado para M/18...
:-)
Re: Lascívia
Olá Henrique,
Correção anotada! Não tinha reparado nesta opção.
Obrigado mais uma vez pelo seu parecer.
Valeu
;-)
Re: Lascívia
Esse poema é de tirar o fôlego!!!
é um poderosos estimulante , com ele quem precisa de viagra?
Abraços
Susan
Re: Lascívia
HEHE..
Valeu Susan.. Foi preciso fôlego pra escrever mesmo..
bjo
;-)