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Viúvo das palavras que nunca ouvirás

Ainda choram as noites!

Caminho, em passo fúnebre, sob o perpétuo
Halogéneo dos candeeiros, de imberbes olhares
Pedalando na utopia da lua e a vetustez da alma
Repousada nos murmúrios que a brisa bafeja.

Encolho-me, não que a solidão das horas
Tardias me houvesse trazido o frio,
Apenas o desconsolo de não sentir o teu
Arrepio a embrenhar-se nas costuras
Do meu abraço.

Desconheço se o meu reflexo, nas águas
Que desmaiam pelo vazio das ruelas,
É apenas o retrato da tua ausência
Ou o anunciar da morte de todas as noites.

Sinto a pulsação acelerar, aquela
Que bombeia as pernas pela calçada,
Quando o véu já índigo do firmamento
Mal disfarça as faces pobres e vadias.

Arfo e suo para que esbulhe toda a cal onde
A tua sombra não é assídua, todos os sorrisos
Que esqueceste na indisposição do asfalto e onde
O mundo também expressa a falta que lhe fazes.

E assim, partilhando a dor da tua inexistência,
Talvez o destemor e a robustez me velem
Pela luminescência das horas, e dêem vida
A um gesto ou a um olhar que me deixe
Viúvo das palavras que nunca ouvirás.

Submited by

domingo, fevereiro 7, 2010 - 23:23

Poesia :

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jopeman

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Comentários

imagem de GilBerthoLopes

Re: Viúvo das palavras que nunca ouvirás

Meu caro João,
Vejo muita intensidade neste seu poema. É com a mesma intensidade que o admirei. Parabéns!

"Desconheço se o meu reflexo, nas águas
Que desmaiam pelo vazio das ruelas,
É apenas o retrato da tua ausência
Ou o anunciar da morte de todas as noites" Lindo isso!

imagem de ÔNIX

Re: Viúvo das palavras que nunca ouvirás

Encolho-me, não que a solidão das horas
Tardias me houvesse trazido o frio,
Apenas o desconsolo de não sentir o teu
Arrepio a embrenhar-se nas costuras
Do meu abraço.

Qualquer estrofe do teu poemas tem um sentimento muito profundo, tal como tens revelado na tua poesia, que será sempre um prazer ler.

Mais um dos que tocam as almas mais sensíveis, não fossemos nós o centro dessa sendibilidade

Um beijinho João

Gostei muito

Matilde D'Ônix

imagem de mariamateus

Re: Viúvo das palavras que nunca ouvirás

Olá João :-)

Não comento!!!

Brindo! :pint: :pint:

Paz,e luz!....

Beijo carinhoso!

Tua amiga!....

mm

imagem de Henrique

Re: Viúvo das palavras que nunca ouvirás

Nem comento!!!

Este é um rasgo poético que me leva até aos confins das emoções!!!

Parabéns Jop!!!

Este é o máximo da loucura que nos assina poetas!!!

:-)

imagem de Betofelix

Re: Viúvo das palavras que nunca ouvirás

Seu poema sempre oculta um sentido muito próprio e verdadeiro.

O persongem poeta são como muitos, vagueando sem se encontrar. Tenho muito disso.

Apreciei bastante, como sempre.

imagem de Lapis-Lazuli

Re: Viúvo das palavras que nunca ouvirás

Ès enorme...grande poema, grande poeta!
Abraço!

imagem de Librisscriptaest

Re: Viúvo das palavras que nunca ouvirás

As noites em empatia dorida com a mágoa e a inquietação do poeta perdido de amor...
Adorei João, sempre de uma sensibilidade digna de registo!
Beijinho tão grande em ti!
Inês

imagem de MarneDulinski

Re: Viúvo das palavras que nunca ouvirás

LINDO POEMA, GOSTEI MUITO!

Encolho-me, não que a solidão das horas
Tardias me houvesse trazido o frio,
Apenas o desconsolo de não sentir o teu
Arrepio a embrenhar-se nas costuras
Do meu abraço.

Meus parabéns, por todo Poema, mas destaco esta linda estrofe!
Marne

imagem de NunoCarvalho

Re: Viúvo das palavras que nunca ouvirás

João,

Mais um bom poema teu.

Um conteúdo muito rico e forte, como é normal na tua boa poesia.

Abraço

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