Quimeras...

Caminho devagar pelos sons da minha consciência,
tacteio a dormência da tua voz...
Perdemos-nos do voo das plumas e das aves,
somos espigas sós a perderem o trigo
no abrigo de um silêncio mórbido...
Nunca mataremos a fome aos sonhos,
o tempo come-nos devagar e as rugas nem pedem licença...
Não há pertença sem dor, nem amor sem pertença...
Os finais felizes jamais seriam finais,
por isso são mitos em que não acredito...
Seremos estranhos, numa manhã qualquer,
em que tudo estará longe demais
e pensarmos que nem existimos...
Desistimos...
Rendemos-nos ao comum, às vidas alheias,
às meias verdades, ao peso do chão...
Meras realidades baças...
Já não temos asas...
já não somos um...
Quimeras perdidas em fumo,
desvanecendo sem rumo,
morrendo.

Inês Dunas

Libris Scripta Est

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Martes, Agosto 9, 2011 - 11:37

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Morre

Tudo acaba em triste no doce sorriso da noite, na fome de palavras embrulhada em cetim, papel de jornal. O mundo envelhece, as rugas nascem, o fumo renasce de entre a cara, perto do nariz. O ódio pelo ser humano cai-me nas mãos, morrei, morrei! Para que vives ser mediocre autor, para quê ?
Só idealizas o parco mundo, escorres a inspiração pelas mãos, morre, morre, belo ser!

Imagen de Alcantra

O tempo calça nossas

O tempo calça nossas dores quando nos forçam a dexar para trás a nostalgia dum sorriso ou amores desgastado, um gesto ou um beijo... Fica para trás o outro eu e não sou agora quem sonhei ser nos dias ou meses de outrora.

Abraços,

Alcantra

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