La rosa negra...

O ar pesava nos pulmões, entre cheiros de perfumes misturados e suores tépidos...
Os corpos deslizavam uns sobre os outros em deambulações vagas de transe e paixão,
a musica ordenava cada gesto, cada traço, cada sopro...
Quando a razão não faz sentido,
é apenas tempo perdido.
Esquece o juízo castrador, amor...
Tecidos de cores quentes e rodados entre pernas entrelaçadas e mãos explorando terreno...
O pequeno paraíso dos sentidos desenhado em lábios húmidos e carnudos de traço latino e proibido...
A mão agarra a carne e é moldura da beleza, sem candura imaculada...
A certeza é agora,
não representa mais nada,
senão timbres envolventes e apertados...
Os caminhos partilhados em pés e pernas que se seguem cegamente em ritmos instintivos e melodiosos...
Desejos nervosos e subtis transformados em libido...
O corpo flui, o ritmo fala, a razão cala para sempre os grilhões que castraram as emoções em moralidades mortas...
Abrem-se as portas do lado animal,
do mais felino que existe em nós,
os corpos suam à mesma velocidade, em intensidade de orgasmo mutuo, a voz sufoca na garganta, em gemido...
As mãos tocam tudo,
o pudor não existe,
O amor torna-se realidade...
Tudo é consentido quando a objectividade se cansa,
sobem as saias,
cai a alça do vestido...
Na Salsa, meu amor,
tudo é permitido,
pelo menos enquanto se dança!