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Quando um é a soma de dois...
Já cultivei mil ventos dentro de mim,
fui searas de revoluções,
fui campos de revolta,
fui cavalo à solta em prados de insatisfações...
A entrega sempre me assustou
e mascarei-me de independência muitas vezes,
quando era apenas a resistência que me vestia...
A minha alma edificou uma torre com degraus íngremes
e avisos de derrocadas para desencorajar o amor...
E o amor passava todos os dias por mim,
encolhia os ombros,
acendia um cigarro,
olhava para o cume da minha torre,
piscava-me o olho e sorria!
Pelas janelas dos meus medos via-o passar
e achava-o interessante no seu modo deselegante de andar...
Mas até os medos têm um dia de folga
e nesses dias os sonhos sobem as escadas todas!
Não sei em qual dos dias me rendi ao sonho,
mas sei que foram todos a partir desse dia...
O desafio venceu-me,
porque nunca passei de um desafio qualquer,
daqueles que são uma meta ridícula que se atravessa por curiosidade...
E a idade apenas me trouxe vários vencedores de desafios
que me venceram frios,
em dores muitas vezes...
Mas no meio de tantas corridas nasceu o gosto
por ser corrida e percorrida e descoberta!
E a vontade de pertencer aprendeu a saber-se valer de direito,
no enlace, enlacei-me e encontrei-me!
Não fui feita para estar só, só isso...
Os dedos não se entrelaçam ao acaso,
nem se deslaçam sem deslizarem, intimamente...
Tudo na vida é um gesto...
E nem o ocaso resiste ao toque
da areia morna e dourada deitada em dunas de seios cheios,
à sua espera...
Tudo é parte de algo que parte, às vezes...
E um deve ser a soma de dois,
numa soma perfeita, feita de parcelas imperfeitas!
Inês Dunas
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Poesia :
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Comentários
Re: Quando um é a soma de dois...
Quando o amor sorri, nada fica impune muito menos o poema que esbanja beleza e intensidade em cada palavra.
beijo pra ti.
Re: Quando um é a soma de dois...
Um gesto pode ser a sementeira, a terra pronta recebe a enxada, a vagem, a haste...mas um não é a soma de dois: o par é um meio para o sonho. O principio é o mistério do universo. Amanhã aqui é a síntese...um hiato de tempo estatistico que o infinito acolhe como um poema que se forma por entre as folhas de uma oliveira.
Mas o imperfeito tão belo...para quê ser imperfeito?
Rasgue-se esse epiteto e coloque-se o manto floral que perfuma e enebria onde o seu olhar toca.
:-)
Re: Quando um é a soma de dois...
Lindissimo.
ressalvo;
Fui searas de revoluções,
fui campos de revolta,
fui cavalo à solta em prados de insatisfações...
A entrega sempre me assustou
O desafio venceu-me,
porque nunca passei de um desafio qualquer,
daqueles que são uma meta ridícula que se atravessa por curiosidade...
E a idade apenas me trouxe vários vencedores de desafio
Tudo é parte de algo que parte, às vezes...
E um deve ser a soma de dois,
A abordagem da partilha, numa dor de pertencer ou fugir de nós.
Gostei bastante!
Re: Quando um é a soma de dois...
Oi, Inês.
Gostei deveras do seu poema!!!
Grande abraço,
Roberto
Re: Quando um é a soma de dois...
Magnífico texto, de que
gostei, verdadeiramente.
:-)
Re: Quando um é a soma de dois...
Tudo é parte de algo que parte, às vezes...
E um deve ser a soma de dois,
numa soma perfeita, feita de parcelas imperfeitas!
Intenso, impressionante, mas lindo de ler, igual aos muitos que escreves, parabéns Inês por esta partilha
Um enorme beijo Melo
Re: Quando um é a soma de dois...
Olá querida Inês!
Um dos poemas que mais gostei de ler de ti, senão realmente o que gostei mais!
Levo-o comigo para o mundo dos sonhos!
beijo infinito!
rainbowsky