CONCURSOS:

Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia?  Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.

 

Tumulo do soldado desconhecido...

Devias ser um soldado...
Devias empunhar armas em vez de lágrimas,
esconder-te à espera de atacar,
em vez de te esconderes para chorar...
Devias ser forte, pareces tão forte...
Devias...
Toda a gente te olha à espera,
ansiosa,
q partilhes um pouco dessa tua suposta força,
deposta numa semi-guerra qualquer...
E tu, tantas vezes,
fazes das tripas coração,
ou coração das tripas e empunhas a espada
q em vez de pau é de cartão...
Nem sabes como, mas vais...
Porque é sempre suposto...
porque sabes sempre a resposta certa,
porque é suposto saberes,
porque sempre soubeste,
ou fingiste tanto, saber,
q acreditaste q a sabias...
Chegas aos terrenos de batalha de peito ao alto,
mãos vazias,
mas vences,
nem sabes o quê..
Quantas vezes mais vais conseguir fingir
q esta tudo bem,
q aguentas,
q não quebras,
q não partes,
apanhando os teus cacos,
disfarçadamente, do chão?
Quem, algum dia, irá compreender,
q te fartas de sofrer num silêncio
mascarado de loucura,
de gargalhadas,
de montes de amizades?
A tua carapaça disfarça-se de dura,
porque há sempre quem dependa de ti...
Nunca te foi permitido dependeres de ninguém,
o colo teve sempre uma contrapartida qualquer
e durou sempre apenas o tempo suficiente de a reclamar...
Nunca te deixaram lá ficar depois...
Enxotaram-te, porque os soldados não precisam de colo,
são fortes porque pisam minas anti-pessoais,
q lhes roubam as pernas...
Os soldados não podem sofrer,
não podem chorar como as "pessoas" normais...

Nunca te abraçaram porque precisavas,
sempre te abraçaram porque precisavam...

Inês Dunas
Libris Scripta Est

Submited by

sexta-feira, março 12, 2010 - 19:39

Poesia :

No votes yet

Librisscriptaest

imagem de Librisscriptaest
Offline
Título: Moderador Prosa
Última vez online: há 10 anos 48 semanas
Membro desde: 12/09/2009
Conteúdos:
Pontos: 2710

Comentários

imagem de Mefistus

Re: Tumulo do soldado desconhecido...

ès genial nesse retratos ludicos, sentidos de momentos e tormentos
Ès genial no que concerne ao fundo, ao vazio da alma.
Ès genial nesta forma lânguida e unica de escrever poesia.

Porra como gosto deste Teu Mundo Fecundo

Um dos melhores poemas que já li

FAVORITOS!

imagem de IsabelPinto

Re: Tumulo do soldado desconhecido...

Olá Libri,

Concordo plenamente com o comentário do Henrique efectivamente os fracos não têm esse prazer de deitar lágrimas de alegria ou de tristeza encontra-se demasiado preocupados em puxar lustre à sua carapaça mas, os soldados também choram quando os amigos tombam, e a esperança se esvai por entre as balas do sofrimento.

Adoro poemas que nos façam sentir vivos!
Bjs
I

imagem de nunomarques

Re: Tumulo do soldado desconhecido...

Nunca te abraçaram porque precisavas,
sempre te abraçaram porque precisavam...

Muito bom, quantos soldados desconhecidos ainda lutam por ai, que ainda abraçamos quando precisamos e não porque eles precisam.

Abraço
Nuno

imagem de Dianinha

Re: Tumulo do soldado desconhecido...

As pessoas que mostram ser fortes, que têm aquela aura ou armadura que transmite força e segurança, são aquelas que mais precisam, são as mais frágeis e sensíveis.

Porque essas sempre ajudaram, porque sempre estiveram lá para apoiar, nunca precisam de apoio porque são pessoas fortes, mas esquecem-se desse pormenor, são pessoas...

E as pessoas sofrem, precisam de cólo nesses momentos de fraqueza...

Adorei Inês! Adorei como sempre adoro o que escreve!
Beijinho da sua eterna fã... :-)

imagem de Henrique

Re: Tumulo do soldado desconhecido...

Só os mais fortes choram!!!

Deixas aqui um belo tributo ao soldado desconhecido!!!

:-)

Add comment

Se logue para poder enviar comentários

other contents of Librisscriptaest

Tópico Título Respostas Views Last Postícone de ordenação Língua
Poesia/Tristeza Quimeras... 2 4.881 06/27/2012 - 16:00 Português
Poesia/Geral Presa no transito numa sexta à noite... 2 2.683 04/12/2012 - 17:23 Português
Poesia/Dedicado Santa Apolónia ou Campanhã... 2 1.870 04/06/2012 - 20:28 Português
Prosas/Outros Gotas sólidas de gaz... 0 2.117 04/05/2012 - 19:00 Português
Poesia/Geral Salinas pluviais... 1 2.422 01/26/2012 - 15:29 Português
Prosas/Outros Relicário... 0 2.513 01/25/2012 - 13:23 Português
Poesia/Geral A covardia das nuvens... 0 3.011 01/05/2012 - 20:58 Português
Poesia/Dedicado Arco-Iris... 0 3.170 12/28/2011 - 19:33 Português
Poesia/Amor A (O) que sabe o amor? 0 2.704 12/19/2011 - 12:11 Português
Poesia/Geral Chuva ácida... 1 2.383 12/13/2011 - 02:22 Português
Poesia/Geral Xeque-Mate... 2 2.338 12/09/2011 - 19:32 Português
Prosas/Outros Maré da meia tarde... 0 2.512 12/06/2011 - 01:13 Português
Poesia/Meditação Cair da folha... 4 3.071 12/05/2011 - 00:15 Português
Poesia/Desilusão Cegueira... 0 2.642 11/30/2011 - 16:31 Português
Poesia/Geral Pedestais... 0 2.860 11/24/2011 - 18:14 Português
Poesia/Dedicado A primeira Primavera... 1 2.640 11/16/2011 - 01:03 Português
Poesia/Geral Vicissitudes... 2 2.983 11/16/2011 - 00:57 Português
Poesia/Geral As intermitências da vida... 1 2.946 10/24/2011 - 22:09 Português
Poesia/Dedicado O silêncio é de ouro... 4 2.604 10/20/2011 - 16:56 Português
Poesia/Geral As 4 estações de Vivaldi... 4 3.406 10/11/2011 - 12:24 Português
Poesia/Geral Contrações (In)voluntárias... 0 2.560 10/03/2011 - 19:10 Português
Poesia/Geral Adeus o que é de Deus... 0 2.552 09/27/2011 - 08:56 Português
Poesia/Geral Limite 2 3.027 09/22/2011 - 22:32 Português
Poesia/Geral Quem nunca fomos... 0 3.131 09/15/2011 - 09:33 Português
Poesia/Geral Antes da palavra... 1 3.700 09/08/2011 - 19:27 Português