Dor que se preza vira poesia.

De que serviria o choro,
Se tal pranto não pudesse
Se poetizar?

As dores do desamor
Sevem de calor para o poeta
Que já estava a congelar de frio.

Frio da alma,
Frio sem calma,
Que se aquece
Na poesia que
Vagarosamente o acalma.

É preciso poetizar a dor.
É preciso entendê-la
E posteriormente
Descrevê-la em folhas,
Mesmo que tais folhas estejam
Banhadas pelo choro.

Pois se ainda cai lágrima
É porque ainda existe vida,
E se ainda existe vida
Ainda existe alma.

Mostre-me uma poesia
Feita sem alma
Que te mostrarei um
Monge sem calma.

E se achares tal escrito absurdo
Saibas que és fajuto.

Submited by

Sunday, August 16, 2009 - 00:05

Poesia :

No votes yet

Brunorico

Brunorico's picture
Offline
Title: Membro
Last seen: 8 years 8 weeks ago
Joined: 03/05/2009
Posts:
Points: 528

Comments

Poetaminas's picture

Re: Dor que se presa vira poesia.

Pois se ainda cai lágrima
É porque ainda existe vida,
E se ainda existe vida
Ainda existe alma.

Você me surpreendeu! Verdadeiramente da dor brota a poesia, para nós poetas, assim como a canção para os músicos e a pintura para os artistas.
O que se passa em nossa alma é o que transmitimos na pena, no violão ou na tela.
Não há dor sem alma, nem alma que não doa. rs
Muito bom mesmoooooooooo!!! gostei!

PedroDuBois's picture

Re: Dor que se presa vira poesia.

o último verso dispensa o comentário, não? seu texto é enxuto e direto, talvez um pouco prosaico, mas muito bom. abraços e bom domingo, Pedro.

Add comment

Login to post comments

other contents of Brunorico

Topic Title Replies Views Last Postsort icon Language
Fotos/Profile 1025 0 1.864 11/24/2010 - 00:37 Portuguese
Poesia/Disillusion Sonhos envelhecidos. 0 1.398 11/18/2010 - 16:27 Portuguese
Poesia/Thoughts Cá entre nós. 0 1.298 11/18/2010 - 16:17 Portuguese
Poesia/General Vidas orquestradas. 0 1.200 11/18/2010 - 16:01 Portuguese
Poesia/General O saudosista 0 1.288 11/17/2010 - 23:41 Portuguese
Poesia/General Misantropo até a morte 0 1.384 11/17/2010 - 23:39 Portuguese
Poesia/General Medo de acordar. 0 1.197 11/17/2010 - 23:39 Portuguese
Poesia/Meditation Sapiência infantil. 0 1.137 11/17/2010 - 23:21 Portuguese
Poesia/Meditation Conselhos de um eremita. 0 1.392 11/17/2010 - 23:20 Portuguese
Poesia/Meditation Um morto perdido no tempo. 2 1.249 09/01/2010 - 01:45 Portuguese
Poesia/Meditation A bagagem da maturidade. 1 1.319 08/14/2010 - 11:03 Portuguese
Poesia/Love Desregrado e desafinado. 2 1.432 08/12/2010 - 18:14 Portuguese
Poesia/Fantasy Sonho efêmero. 3 1.470 08/05/2010 - 01:29 Portuguese
Poesia/General Mesmo que ninguém me leia. 1 1.548 07/19/2010 - 16:22 Portuguese
Poesia/Disillusion Sinuca. 1 1.269 07/02/2010 - 15:12 Portuguese
Poesia/Disillusion Dónde estás la revolución? 1 1.159 06/21/2010 - 22:37 Portuguese
Poesia/General Subsistência. 2 1.321 06/11/2010 - 04:47 Portuguese
Poesia/Disillusion Onde estão as flores? 1 1.176 06/07/2010 - 21:31 Portuguese
Poesia/Meditation Medíocres virtuosos. 0 1.295 05/29/2010 - 18:47 Portuguese
Poesia/Meditation Palavras vazias. 2 1.400 05/16/2010 - 19:25 Portuguese
Poesia/Sadness O novo envelheceu. 1 1.287 05/16/2010 - 19:21 Portuguese
Poesia/Meditation Esboço poético desvairado. 1 1.324 05/14/2010 - 21:38 Portuguese
Poesia/Dedicated Apolínea. 0 1.261 05/10/2010 - 01:57 Portuguese
Poesia/General Insanidade visceral. 1 1.281 05/05/2010 - 23:08 Portuguese
Poesia/Meditation Preciso dizer que... 1 1.203 04/26/2010 - 03:06 Portuguese